Isabelle Drummond se vê em mocinha corajosa: "Não sou de me conformar"
Corajosa e destemida. São as palavras que Isabelle Drummond mais usa para descrever Anna Millman, a mocinha de "Novo Mundo" que embarca para o Brasil com a missão de ensinar português para Leopoldina (Letícia Colin) e encontra uma realidade bem diferente da europeia em sua chegada ao país. Irmã de criação de um índio brasileiro, Piatã (Rodrigo Simas), a escritora tem uma sensibilidade aguçada para questões sociais.
"Ela questiona a política do Brasil, a escravidão, a forma como os índios são tratados. São só exemplos de situações que mostram a força dela. Ela desafia tudo, quer morar sozinha, por exemplo. Para a época, ela seria uma mulher à frente do seu tempo. Hoje já temos muitas mulheres assim, graças a mulheres como ela", conta Isabelle, que se identifica com a postura da personagem.
"Se eu visse as situações que ela vê, questionaria também. Não sou muito de me conformar com os modelos que vejo, vou na contramão de muitas coisas, principalmente na minha carreira. As escolhas que faço são bem fiéis ao que acredito."
A personagem herdou muitas características de uma figura real do convívio de Leopoldina, a escritora britânica Maria Graham, que também se dedicava às artes plásticas. Seus escritos serviram de base para a composição de Anna, assim como as aulas de pintura que Isabelle fez com Ana Durães. Pintar, aliás, é um hobby que a atriz cultiva.
"Tenho aquarelas na bolsa, giz pastel. Acho bom, é terapêutico. Tenho várias telas malucas em casa", diz ela, que também estudou um pouco de caligrafia.
Outra escritora inglesa também serviu de referência: Jane Austen. "Anna escreve numa época em que as mulheres não assinavam os próprios livros, Jane faz isso e Anna também. Gosto de pensar em 'Orgulho e Preconceito' para algumas situações da novela. Jane Austen é uma mulher que me inspira para ela."
"Novo Mundo" marca o reencontro de Isabelle com Letícia Colin, com quem contracenou em "Sete Vidas", com Chay Suede, que também foi seu par romântico na primeira fase de "A Lei do Amor", e com seus ex-parceiros de "Sítio do Picapau Amarelo", César Cardadeiro (Pedrinho) e Dhu Moraes (Tia Nastácia).
"Era uma família ali, todo mundo se ama", lembra ela, que despontou como a espevitada boneca Emília, aos 7 anos, em 2001, graças a uma pequena confusão. "Foi uma coisa muito louca, era para eu fazer a Narizinho e decorei o texto errado."
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