Fora da TV, Patricya Travassos relembra hits musicais e sucesso em "Vamp"
Patricya Travassos não torce o nariz para quem só se lembra do seu papel na novela "Vamp", que acabou há 25 anos. Pelo contrário, ela acha graça quando perguntam por Mary Matoso, sua personagem na trama.
"Fiz várias novelas e outras coisas também, mas ninguém lembra de nada, só dela. Ela ficou e aceito numa boa porque foi um papel realmente muito bom, divertido. Cá para nós, ser lembrada de uma forma positiva é ótimo. O outro lado é que seria chato."
Sobre a versão musical da novela, que acaba de estrear no Rio, ela comenta: "Achei engraçado ver uma criação minha no palco, ver uma pessoa fazendo tudo muito parecido com que eu fiz lá atrás. Me senti bem representada."
Aos 61 anos, ela assume não ser saudosista e isso explica a recusa por fazer um “vale a pena ver de novo” de seus personagens. Mas ela sente saudades da maneira como era feita televisão há duas décadas.
“Não tinha computador, internet e efeitos visuais. Os tapas eram de verdade, os tombos também. Me lembro que os vasos eram de açúcar e mesmo assim doíam quando quebravam nas nossas cabeças. A gente ia descobrindo as coisas, fazendo as nossas criações a medida da chegada dos capítulos. Hoje é tudo muito diferente, mais moderno”, observa.
Depois de 20 anos na Globo, trabalhou os últimos nove na Record. “Como era quase uma novela por ano, fiz poucas e o público não se lembra tanto da minha passagem por lá. Hoje, estou sem contrato. Sou freela”.
Além da carreira de atriz, ela também é roteirista e escreveu "Armação Ilimitada", "TV Pirata", "Delegacia das Mulheres", "Sexy Appeal. Patricya revela que escrever é atualmente o que mais gosta de fazer e, no último ano, finalizou dois projetos.
“Estou com o monólogo 'Aérea', que conta a história e as aventuras de uma aeromoça surtada, totalmente fora da caixinha. Já estamos conversando com produtores para montá-lo. O outro projeto é a série 'Babi Online' sobre uma 'coach' de relacionamentos que vende uma imagem completamente diferente do que ela é. São 13 episódios no primeiro ano e é rodada basicamente dentro de um apartamento. Estou louca para vender."
Humor e música
Patricya assume que prefere a comédia ao drama. "O humor é uma forma de falar a verdade sem machucar. A pessoa ri dos seus próprios defeitos, das situações que estão ao seu redor e e até mesmo dos problemas do cotidiano que nos revoltam, nos indignam, mas existem. Para mim, o humor é uma forma saudável de transformação."
Uma faceta menos conhecida da ex-apresentadora do "Alternativa Saúde" é a compositora. Ela assina sucessos como "Beth Frígida", "Ego Trip" e "Sou Free". "Quando namorava o Evandro Mesquita, andava muito nesse universo da música e aí comecei a escrever letras para Blitz e para um grupo feminino chamado Sempre Livre. Isso nos anos 80! Participava também da criação dos figurinos e da concepção dos shows."
O desejo de ser atriz, no entanto, acabou a afastando do meio musical. "Queria ser atriz, voltar aos tempo que atuava no [grupo de teatro] Asdrúbal Trouxe o Trombone e quando recebi o convite para fazer televisão, não pensei duas vezes. A música ficou lá atrás", relembra.
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