Cadeirante de "Carrossel" troca TV por tênis e sonha disputar Paraolimpíada

João Lucas Dutra Takaki nasceu com um tumor na coluna vertebral que comprimiu sua medula e o fez perder os movimentos das pernas. Com oito dias de vida, submeteu-se à primeira quimioterapia. O câncer, entretanto, não o impediu de realizar sonhos. Aos nove anos, atuou pela primeira vez na TV em "Carrossel" e chegou a estudar teatro para seguir a carreira artística, mas sentiu dificuldades e trocou as novelas pelo esporte.
"Eu estava esperando ser ator, mas não sabia que era difícil, mesmo, por causa da deficiência. Sei que nem todas as novelas têm uma pessoa deficiente. As pessoas poderiam sair na minha frente nesse caso. Esperei durante um tempo, mas não tive oportunidade na TV e optei pelo tênis. Acho que escolhi certo, estou me dando bem", analisa João Lucas ao UOL.
O garoto entrou em "Carrossel" por meio de um anúncio de jornal do SBT. A mãe de João Lucas, Adriana, enviou uma foto do filho e se surpreendeu com a aprovação para o elenco: "Não imaginava que teria um cadeirante, porque a novela original não teve. Quando chamaram, não acreditei e respondi: 'Vocês viram que ele é cadeirante?' Foi uma surpresa e ele amou".
"Temos um pouco de contato, eles me seguem e eu os acompanho. Nem tanto, por não ter continuado como ator, mas os outros, que seguiram a carreira, têm mais contato entre eles", afirma.
A novela também rendeu a João Lucas visibilidade e apoio financeiro. A cadeira de rodas que usa hoje para treinar e jogar é de um patrocinador que conseguiu durante "Carrossel": "Eles me deram cadeira de passeio e agora também me deram de competição", comemora.
Ex-ator sonha com Paraolimpíada
O ótimo desempenho chamou a atenção da CBT (Confederação Brasileira de Tênis), que convocou o atleta para integrar a seleção paraolímpica. Aos 14 anos, ele se prepara para sua primeira competição fora de São Paulo, um torneio em Uberlândia (MG), em abril. Mas João Lucas quer mais e quer representar o país em uma Paraolimpíada daqui sete anos.
"Como todo atleta paraolímpico, tenho sonho de competir a Paraolimpíada o mais cedo possível e representar o Brasil. É uma emoção muito grande para o alteta e um dos maiores objetivos. Por causa da minha idade, tem mais gente na minha frente e comecei há pouco tempo, acho que é mais difícil [ir a Tóquio-2020], mas 2024 é um sonho possível", planeja.
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