"Até minha mãe me ligou para falar de assédio", diz Iozzi sobre campanha
Mônica Iozzi, uma das atrizes responsáveis por divulgar o movimento Mexeu Com Uma Mexeu com Todas, está satisfeita com a repercussão da campanha feminista.
“Essa mobilização foi importante porque a discussão chegou em lugares que ela nunca tinha chegado”, declarou a atriz em entrevista ao UOL durante evento de lançamento da série “Vade Retro”, em São Paulo, nesta quinta-feira (6).
A atriz contou que desde a última terça, quando o movimento viralizou nas redes sociais, ela recebeu muitos contatos de pessoas interessadas em debater o tema. “Até a minha mãe me ligou para falar sobre assédio. Ela falou: ‘Minha filha’, deixa eu entender’. E ela me deu exemplos piores da época da juventude dela. E ela me falou que ficou orgulhosa e como ela acha bonito o que está acontecendo”, contou Iozzi.
Encabeçado por funcionárias da TV Globo depois que se tornou pública uma denúncia de assédio sofrida pela figurinista Susllem Tonani pelo ator José Mayer, o movimento ganhou o apoio de várias artistas, entre elas: Fernanda Lima, Taís Araújo e Leandra Leal.
“A gente tem que aproveitar esse lugar de visibilidade que a nossa profissão dá e falar sobre temas que precisam ser debatidos. O assédio moral e sexual é um deles”, explicou Mônica, que esteve na reunião que originou o protesto.
Iozzi também explicou que o objetivo da campanha não é fazer um julgamento individual. “A gente não está falando só do Zé e da Su, a gente está falando de um assunto que acontece todos os dias nas empresas, nas casas, nos ônibus”, afirmou.
Para ela, a repercussão do caso “vai trazer benefícios para todo mundo”. “A gente fez a camiseta mexeu com uma mexeu com todas, mas na verdade o que a gente quer dizer é: se mexeu com uma, mexeu com todo mundo. Não são só as mulheres se protegendo, os homens têm que nos proteger também”, continuou.
Assédio na profissão
Formada em artes cênicas, Iozzi disse que nunca sofreu assédio na profissão, mas que, como toda mulher, já passou por situações constrangedoras.
“Antes de fazer faculdade eu trabalhava como recepcionista de eventos e muitas vezes os homens que estavam nesses congressos e feiras já vinham te tratando como se você fosse uma profissional do sexo. Não que tenha algum problema ser profissional do sexo. O problema é se aproveitar desse lugar masculino, do superior hierarquicamente para tentar tirar algum favor sexual”, lembrou Iozzi.
Questionada sobre a época em que trabalhou como repórter confrontando políticos no “CQC”, Iozzi admitiu que o clima era hostil e “intimidador”. “Existia um ambiente de machismo ali naquele ambiente de política que eu trabalhava, mas nunca se aproximou de ser assédio”.
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