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Cantor em série, Maurício Destri comenta transformação para o papel

Giselle de Almeida

Do UOL, no Rio

28/04/2017 18h31

Cabelo grande, bigode, rosto pintado. Quem olha à primeira vista pode nem reconhecer Maurício Destri em toda a expressividade de Leon de "Os Dias Eram Assim", em especial na sequência performática que vai ao ar nesta sexta-feira (28). Na sequência, o artista convida Maria (Carla Salle) para curtir a noite em uma boate e a surpreende com uma tocante interpretação de "Balada do Louco", dos Mutantes. 

"Poder cantar a vida é algo que eu queria que todos tivessem essa oportunidade de viver. É um processo difícil mas que está me dando a possibilidade de enxergar a vida de outra forma", diz o ator, que se dedica ao personagem desde dezembro do ano passado.

Além de mergulhar de cabeça nas referências para o papel - Ney Matogrosso, Cazuza, David Bowie, Mick Jagger e o grupo  Dzi Croquettes entre eles -, Maurício fez um trabalho intenso de consciência corporal e preparação vocal.

"Mergulhei em todo o período histórico e musical narrado na trama. A descoberta desse novo corpo e voz é o que mais me instiga hoje. O Leon é um artista que tem urgência pela expressão. Ele é livre e pulsante e o que mais me atraiu nele foi a possibilidade de cantar", afirma.

Camaleão: Maurício Destri em "I Love Paraisópolis", "A Lei do Amor" e "Os Dias Eram Assim" - Montagem UOL/divulgação - Montagem UOL/divulgação
Camaleão: Maurício Destri em "I Love Paraisópolis", "A Lei do Amor" e "Os Dias Eram Assim"
Imagem: Montagem UOL/divulgação

Segundo o intérprete, adaptar-se ao personagem ainda é um processo em construção, inclusive do visual. "Eu ainda estou tentando entender toda a transformação, estou me doando muito. Hoje, é como se o Leon fosse o meu melhor amigo. Eu estou vivendo os melhores dias da minha vida", conta.

Numa série que retrata um pouco da repressão do período da ditadura no Brasil, o ator comemora o fato de poder representar uma outra faceta desta época, a contracultura.

"Eu tenho sorte de viver um personagem que, dentro desse contexto, viveu os melhores dias da sua vida. O que foi produzido entre 1968 e 1985 não se repete há mais de 30 anos. O que Caetano fez em 1972 com o álbum 'Transa' jamais vai se repetir. Artisticamente, foram os dias mais lindos da história do país", analisa.