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Bial quer que público "aprenda alguma coisa" e "se divirta" com talk show

Pedro Bial no cenário do talk show "Conversa com Bial" - Ramón Vasconcelos/Divulgação/TV Globo
Pedro Bial no cenário do talk show "Conversa com Bial"
Imagem: Ramón Vasconcelos/Divulgação/TV Globo

Mirella Nascimento

Do UOL, em São Paulo

02/05/2017 04h00

Pedro Bial tem um novo desafio a partir desta terça-feira (2). Depois do "Jornal da Globo", horário que por anos foi de Jô Soares, ele estreia o "Conversa com Bial", programa de entrevistas que vai provocar debates, explorar assuntos do dia a dia e fazer humor.

"Eu espero que o público possa aprender alguma coisa com o programa, conhecer novas pessoas, ouvir novos pontos de vista. E que se divirta!", disse o apresentador em entrevista ao UOL por e-mail dias antes da estreia.

Depois de declarar, no lançamento do programa, que gostaria de entrevistar personalidades como o papa Francisco e Pelé, Bial fez mistério sobre o que perguntaria aos dois. "Não vale entregar minha pauta, mas você não perde por esperar", brincou.

Em mais de um momento, citou suas entrevistas com a cantora Rita Lee, uma das convidadas da nova atração. E, depois de 15 anos dedicados ao reality de maior sucesso da Globo, não quis desenvolver no assunto "BBB". Questionado sobre o que quis dizer quando chamou o programa de "império da irrelevância" [em entrevista ao jornal "O Globo"], limitou-se a dizer que "é uma expressão elogiosa".

Confira abaixo a íntegra da entrevista:

UOL: Das entrevistas já gravadas do "Conversa com Bial", qual mais te emocionou ou te surpreendeu por algum motivo?
Pedro Bial: Cada entrevista tem a sua emoção, umas diferentes das outras. Quando vi a Rita Lee nos corredores, meus olhos marejaram. As meninas Maiara e Maraisa também me comoveram. Foi bastante emocionante também a conversa que juntou a Laís Souza e o doutor Miguel Nicolelis. Tive a honra de receber Gilberto Gil e ouvi-lo a respeito de um tema considerado tabu, a morte. 

O que você mais gostaria de perguntar ao papa? E ao Pelé?
Ao Papa, sobre o San Lorenzo; ao Pelé, sobre Aparecida. Não vale entregar minha pauta, mas você não perde por esperar... (risos)

O que pesou na escolha do time de redatores de humor que vêm de sites como Piauí Herald e Sensacionalista? Que tipo de humor o “Conversa” vai apresentar?
Não tínhamos uma lista de pré-requisitos a ser preenchida. Pensamos em alguns nomes e deu certo. A intenção é termos a liberdade de comentar alguns assuntos da atualidade, ou então fazer entrevistas com humoristas. Não temos ainda nada pronto quanto a isso.

Política será abordada no programa? De que forma? O Jô tinha as "Meninas do Jô". Você terá algo parecido?
A política faz parte do nosso dia a dia, ou seja, ela é algo extremamente relevante. E o programa procura relevância.

Você já disse que quer “ficar longe do bode que domina o país”, mas promete falar de assuntos atuais. Como evitar esse “bode” num momento como esse? 
Frequentemente, o bode está nos olhos de quem vê. Vamos contribuir para o enriquecimento do debate público. Daremos espaço para os mais diferentes polos, procurando expor todos ao jogo democrático, além da polarização. 

Você já fez muitas entrevistas enquanto repórter. Qual é sua preferida? E de qual você não gosta ou se arrepende do rumo que ela tomou?
Não sei responder a essa pergunta sobre gostar ou se arrepender, não penso em entrevistas nesses termos. Tampouco tenho uma preferida, são várias, mas no topo da lista, figurariam Paul McCartney e Rita Lee.

Tem alguém que você já entrevistou e quer voltar a entrevistar no programa? Por quê?
Tenho tido a chance de trazer algumas pessoas que já entrevistei, como a Rita Lee, o Gil, o Dráuzio Varella. Quero entrevistar quem eu conheço e quem eu não conheço também, então, o catálogo é grande.

Como Jô, Bial terá uma banda própria, formada para o programa - Ramón Vasconcelos/Divulgação/TV Globo - Ramón Vasconcelos/Divulgação/TV Globo
Como Jô, Bial terá uma banda própria, formada para o programa
Imagem: Ramón Vasconcelos/Divulgação/TV Globo

O que “Conversa com Bial” vai ter das suas experiências como repórter, do “Na Moral” e do “BBB”?
Inevitavelmente, todas as experiências me trouxeram conhecimento, desafios, e prazer. No "BBB", aprendi muito sobre televisão e sobre como falar com o público de maneira diferente do que eu fazia como jornalista. No "Na Moral", a gente tinha os debates, os diversos pontos de vista, isso é enriquecedor. Eu sou repórter e eventualmente estarei na rua, mas não com a intenção de fazer uma reportagem, mas proporcionar uma conversa mesmo.

Você tem o hábito de assistir a talk shows e late nights? Quais são as suas referências neste gênero? Se inspirou em algum aspecto deles para compor o "Conversa"?
Minhas referências são Dick Cavett, Johnny Carson e Jô Soares. Não sou um espectador “fidelizado” de programas noturnos, durmo cedo. Minha inspiração maior é Dick Cavett e, antes de começar, essa nova etapa, fui pedir a bênção ao Jô, não dava para ser diferente.

Estrear no horário que foi por tantos anos do Jô é uma responsabilidade. Que marca você quer deixar com o "Conversa"?
Entre conselhos e carinhos, o Jô me disse, em inglês: "The difference is the guy behind the table", “a diferença é o cara atrás da mesa". Então, o compromisso que eu tenho é de entregar um programa feito da melhor forma possível todos os dias. E isso dá um trabalho danado. Eu espero que o público possa aprender alguma coisa com o programa, conhecer novas pessoas, ouvir novos pontos de vista. E que se divirta!