Morre travesti famosa por bordão na TV: "Travesti não é bagunça"

Uma das travestis mais conhecidas da Lapa, área boêmia do Rio de Janeiro, Luana Muniz morreu no sábado (6) por conta de complicações de problemas renais e de coração decorrentes de uma pneumonia bilateral. Ela ficou famosa pelo bordão “'Travesti não é bagunça', que figurou em vários humorísticos da TV por conta de uma entrevista ao "Profissão Repórter" em maio de 2010. 

Luana era também conhecida por acolher travestis, transexuais, portadores de HIV, prostitutas e pessoas em situação de rua em um casarão na Rua Mem de Sá e fazia também parte de vários projetos sociais voltados para a capacitação de travestis e transexuais para o mercado de trabalho.

Por conta desses projetos sociais, Luana era próxima de vários famosos, entre os quais Alcione, madrinha de uma das suas ações. Durante um show da cantora na quadra de Mangueira, em novembro de 2015, a travesti virou novamente notícia ao posar com o  Padre Fábio de Melo em uma foto. A imagem circulou na imprensa e nas redes sociais e o sacerdote acabou sendo criticado, mas durante uma pregação na TV Canção Nova, em São Paulo, um mês depois, relatou o encontro,

O padre assumiu que inicialmente sentiu desconforto com o pedido da travesti, mas que logo em seguida se comoveu ao saber da história de vida da Luana. "Não cabe nenhum julgamento do lado de lá, cabe aqui. Quando Deus coloca essas pessoas diante de nós, é para desmoronar os castelos de ilusão que nós criamos dentro. Como se o nosso cristianismo tivesse pronto. Como se nós já tivéssemos chegado ao último estágio dessa santidade que Deus nos convida. Não, eu ainda me envergonho dos que são diferentes de mim." 

Luana foi enterrada no domingo, no Cemitério de Irajá, zona norte do Rio. Pelo Facebook, diversos amigos fizeram homenagens. "Descanse em paz, minha amiga. Você merece por todo o trabalho que fez", escreveu uma amiga. "Morre a dama do Rio, a rainha da Lapa", escreveu outra.