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Nego do Borel conta que trabalhou para o tráfico de drogas: "Perdi amigos"

Nego do Borel é entrevistado no programa "De Cara", da rádio FM O Dia - Reprodução/Rádio FM O Dia
Nego do Borel é entrevistado no programa "De Cara", da rádio FM O Dia Imagem: Reprodução/Rádio FM O Dia

Do UOL, em São Paulo

12/05/2017 16h31

Nego do Borel revelou que já trabalhou para o tráfico de drogas quando morava na comunidade do Borel, onde morou durante 20 anos e virou seu nome artístico. O funkeiro, que hoje faz sucesso no Brasil, relembrou a infância difícil e disse como foi atraído para o crime.

"Passei 20 anos morando na comunidade do Borel. Infelizmente, a minha família não teve uma condição boa lá no começo. Parei de estudar por não ter uma estrutura familiar. Tive que trabalhar cedo para ajudar minha família. Não tinha como eu ficar estudando o tempo todo com minha mãe dentro de casa e minha avó passando necessidade. Só tinha meu padrasto que trabalhava de flanelinha", recordou.

"O jovem que fica na comunidade sem fazer nada vê o dinheiro fácil, mulher. É um pessoal muito desacreditado. Eu tinha aquilo ali, o tráfico, o crime. Por conviver ali, por ser um dinheiro fácil, por ter falta de oportunidade de trabalho, não ter um estudo, o tráfico chama", completou o funkeiro, que disse ser o único de seus antigos colegas que sobreviveu.

"Sair não é fácil. Eu andava com seis meninos na comunidade. Hoje em dia, os seis estão mortos. Só eu estou vivo. Fui ao enterro de um por um. Perdi amigos", lamentou Borel. O cantor, que também atuou em duas temporadas de "Malhação", também revelou ter experimentado drogas e agradeceu por ter saído do tráfico.

"Teve uma época que experimentei drogas também. Fumei maconha, fiz tudo, mas falei 'não quero isso para mim'. E graças a Deus consegui", comemorou. Hoje com 24 anos, Nego do Borel planeja ajudar as crianças da comunidade onde cresceu, mas teme ser chamado de "careta".

"Hoje sou o orgulho da minha comunidade, sou exemplo para várias crianças. Vou abrir uma escolinha de futebol na comunidade do Borel, porque fico triste, tenho vontade de falar 'não faz isso', 'não usa isso', mas a gente se torna chato", afirmou.