Transexual homenageia Gloria Perez em festa e diz: "Visibilidade à causa"
Fã das novelas de Gloria Perez desde a infância, o estudante carioca Mário Rangel comemorou ao ver a autora abordar o tema transgênero, que muito tem a ver com a sua realidade, na novela "A Força do Querer". Para festejar seus 19 anos, no sábado passado (13), ele não pensou duas vezes ao escolher a autora como tema da festa.
Agora, ele sonha realizar seu pedido feito ao assoprar as velinhas: conhecer a autora, a quem considera "uma mulher da diversidade, da compreensão e do respeito".
"Me identifiquei com o tema e com a personagem Ivana [Carol Duarte], que tem semelhanças físicas comigo antes da mudança. Fiquei emocionado. Me vi ali de corpo e alma no personagem. Encomendei bolo com a foto dela, chapéus e com a ajuda de uma amiga fiz um cartaz. Quase desisti de comemorar porque chamei 50 amigos e só a minha família apareceu. Só me animei por causa do tema e depois que ela viu meu vídeo e me desejou parabéns nas redes sociais", conta ele, que recebeu o nome Maria Rangel no nascimento, mas adotou Mário.
Gloria Perez viu um vídeo publicado no Instagram do jovem na hora do parabéns em que ele comenta que quer conhecê-la e comentou: "Aqui eu Rangel! Emocionei! Parabéns pra você, que a nova idade seja muito, muito feliz!"
Na rede social, ele explicou que sempre assistiu novelas da autora com a avó Célia Maria, que morreu há oito meses, e lamenta por não ter tido a chance de ver a trama atual em sua companhia.
"Não pude mostrar para ela a novela que eu tanto queria que ela visse comigo, que falava há mais de um ano feliz, pois sabia que teria um personagem transgênero e que poderia ser mais explicativo, assim como me emocionaria em saber que a minha família acompanha e dá visibilidade à minha causa. Mas não pude mostrar e segui vendo a novela sozinho e com dor no coração, com um vazio, porque o assunto que mais falávamos era sobre novelas..."
O jovem decidiu iniciar seu processo de mudança de gênero aos 14 anos, quando cortou o cabelo e trocou as roupas femininas por masculinas. Rangel toma hormônios há quase seis meses, já percebe mudança na voz e crescimento de barba e diz que, apesar da estranheza inicial, recebeu apoio da mãe e dos avós em sua decisão. O pai é o mais resistente na ideia e insiste em chamá-lo pelo nome de nascimento.
"Essa semana vou a uma consulta com médico e quero fazer a cirurgia para retirada dos seios e mudar a identidade depois disso. Minha mãe que cuidará de mim no pós operatório."
O processo de mudança do carioca não foi fácil. Por conta do preconceito sofrido na escola, ele abandonou os estudos e recentemente concluiu o Ensino Médio em um supletivo.
"Sempre soube que alguma coisa me incomodava, mas não sabia o que era. Com a ajuda de uma psicóloga fui descobrindo aos poucos. Quando me vestia com roupas femininas, era muito desleixado, sempre preferi as masculinas e também não gostava que tocassem no meu corpo. Já tentei beijar um garoto, mas não consegui", explicou.
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