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Junior fala sobre boatos de ser gay: "Fingia que não, mas me incomodava"

Junior Lima falou sobre detalhes da sua infância - Reprodução/Instagram
Junior Lima falou sobre detalhes da sua infância Imagem: Reprodução/Instagram

Colaboração para o UOL

03/06/2017 14h41

O músico Junior Lima, 33 anos, relembrou os primeiros anos de sua fama em entrevista para o canal de Fernando Gronstein, cineasta que é irmão de Luciano Huck. Na entrevista, ele contou que se incomodou com os boatos de que era gay.

"Atrapalha de várias formas a vida esse tipo de coisa. Eu não ia ter como brigar com isso, e se brigasse ia inflamar ainda mais. Tipo apelido quando você acha ruim e pega. Demorei para entender que isso era uma armadilha que eu caia. Quando começou a se falar de homofobia, quando eu era mais novo, mais molecão, eu pensava 'não, eu não tenho isso, não sou homofóbico, tenho vários amigos gays, nunca tive problema'. Mas quando me chamavam de gay, no fundo me incomodava. Eu fingia que não, mas no fundo eu ficava p... Mas chega uma hora que você vai se conhecendo melhor, vê que não precisa provar nada para ninguém. É coisa mais de moleque ter que provar coisas para os outros. Vivemos numa sociedade machista onde o premiado é aquele que pega mulher", falou ele.

Na espera pelo nascimento de Otto, seu primeiro filho com a mulher, Monica Benini, ele avalia que seus pensamentos estão mudando nesses poucos meses que faltam para o bebê chegar. "Eu agora estou me tornando pai, a tsciência em relação ao mundo, a questão do bullying, já começou a pensar lá na frente, como vai ser quando ele estiver no colégio. A minha experiência não foi agradável com relação a isso. Criança não consegue ter noção de consequência dos atos, principalmente psicológica. Cabe ao adulto, professor, mãe, pai, a criar uma forma que instrua isso. A gente, quando muito novo, a gente não tem esse julgamento. Sofri buylling e fazia buylling. Não fui só vítima. Você cresce nesse ambiente. Se você for diferente você é o coitadinho, então você dá um jeito de ser o malandrão", disse.

Ainda sobre o começo da carreira, ele contou que sofreu muito por conta dos comentários de colegas de colégio. Era muito bullying, sofria muito! Bullying por causa do cabelo comprido, por ser famoso, pelas roupas e por cantar música sertaneja. No meu colégio tinha muito moleque folgado. Quem não queria pedir um autógrafo, queria infernizar. Teve um bom período da minha vida que tive que aprender a andar fingindo de surdo no colégio", falou.

Ainda sobre tudo que já sofreu ao longo da vida, ele falou que, logo após o fim da dupla com a irmã, Sandy, ele chegou a sofrer crises de pânico e ansiedade. "No hiato ali, depois de Sandy e Jr., fiquei muito tempo em casa com tempo para refletir, sem nenhum namoro. É uma coisa que começa a te deixar pra baixo. É uma tristeza, que depois tá maior. Quando eu vi, cheguei a ter crise de pânico, de ansiedade. Quando eu vi estava surtando. Nunca falei disso publicamente. Não fui buscar remédio, fui abrir mais a ferida, sofrer a dor. Tem que cicatrizar. Não se corta caminho na vida. Foi um período de muito amadurecimento. Quando eu conheci a Monica eu tava saindo desse buraco aí. Depois disso vem a luz. Você superar isso te coloca mais forte, sólido", refletiu.