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Lírio Parisotto é condenado a um ano de detenção por agredir Luiza Brunet

Luiza Brunet e o empresário Lírio Parisotto - Claudio Andrade/Photo Rio News
Luiza Brunet e o empresário Lírio Parisotto Imagem: Claudio Andrade/Photo Rio News

Do UOL, no Rio

05/06/2017 20h51

O empresário Lírio Parisotto foi condenado a um ano de detenção pela agressão a Luiza Brunet, no ano passado. A condenação foi assinada pela juíza Elaine Cristina Monteiro Cavalcanti, que é titular da vara de violência contra a mulher, no Tribunal de Justiça de São Paulo. O ex-namorado da atriz e modelo deve ficar dois anos sob vigilância e terá que cumprir serviço comunitário por 12 meses. Cabe recurso.

"Nestes últimos meses, aprendi mais sobre solidariedade. Recebi, de homens e mulheres, apoio e carinho com uma força enorme. A todos, minha imensa gratidão. Não foi fácil me expor, nem será apagar as marcas que a violência me deixou. Mas o que, ontem, foi vergonha e medo, hoje, é força e uma certeza: seguir no combate à violência contra as mulheres. Dei um importante passo, tive coragem para mudar e sempre fiquei ao lado da verdade", disse Luiza, em comunicado oficial à imprensa.

Ela contratou a assessoria de imprensa FSB para divulgar a condenação. O processo corre em segredo de Justiça.

"Ele foi condenado a um ano de detenção em regime aberto. Ele foi condenado a um ano de serviços comunitários. A juíza concedeu a suspensão da pena, e durante dois anos ele tem que todo mês comparecer à Justiça para mostrar residência fixa e trabalho regular", confirmou o advogado dela, Pedro Egberto da Fonseca Neto, ao UOL. "A decisão saiu hoje. Certamente eles vão entrar com recurso. É uma decisão em primeira instância. Mas acho difícil reverter, porque o TJ analisou a materialidade do crime."

"A pena não reflete a gravidade do que ele fez, mas é o que temos hoje. O que importa nesse caso é que ele fosse condenado, porque ele é um agressor", completou o advogado de Brunet.

A defesa de Parisotto, por sua vez, também se pronunciou por meio de nota oficial: "O advogado Celso Vilardi esclarece que, das três acusações inverídicas feitas por Luiza Brunet, duas já foram afastadas pelo Poder Judiciário, e a última será objeto de recurso ao tribunal competente que, certamente, fará justiça e absolverá Lírio Parisotto". 
 
De acordo com o empresário, que falou sobre a condenação nas redes sociais, a condenação refere-se à agressão ocorrida em 2016, em Nova York. Outras acusações, relacionadas a uma agressão que teria ocorrido em uma viagem de barco, foram dispensadas. 
 
Costelas quebradas
 
A atriz acusou Parisotto de agredi-la em 21 de maio do ano passado após uma discussão no apartamento dele em Nova York. Em julho, ela revelou o caso via redes sociais e contou ter sofrido um soco no olho e chutes. De acordo com Brunet, ele quebrou quatro costelas dela, depois de imobilizá-la.
 
Ela chegou a publicar uma foto no Instagram com as marcas da agressão. "A maquiagem forte esconde o hematoma da alma", escreveu na legenda.
 
O empresário sempre negou as agressões e afirmou ter sido agredido por ela em um passeio de barco. Parisotto diz ter levado dez pontos devido ao ferimento, sem detalhar em qual parte do corpo.
 
"Venho a público lamentar que versões distorcidas sobre um episódio ocorrido na intimidade estejam sendo divulgadas como única expressão da verdade", afirmou Parisotto, em nota, após a denúncia.
 
Em sua conta no Instagram, ele diz na mesma época que "nunca na vida agredi homem, muito menos mulher que respeito muito, quem me conhece sabe. Isto não me tira o direito de me defender de tentativas de agressão através de tapas, chutes, mordidas, unhadas etc. Tento me defender através da imobilização".
 
No Instagram
 
A atriz e modelo comemorou a decisão no Instagram nesta segunda-feira (5). Em nenhum momento, ela citou o nome do ex.
 
"Difícil dizer o que sinto. Mas é um dia que me deixa realizada, com o coração pacificado e uma sensação de ter ido no caminho certo. Não foi fácil me expor e conviver com as marcas dessa violência. Mas há algo maior. Este dia dia não é só meu - que atravessei esse doloroso caminho pessoal até aqui e precisei romper tantos medos. É um momento muito maior pelo que significa para tantas mulheres na mesma condição. Não existe aqui a Luiza. Existem mulheres. Existe a minha imensa felicidade pelo funcionamento da justiça. Dessa incrível Lei Maria da Penha. Não se calem mulheres. Vamos mudar essa situação. Não acaba aqui. Vocês me inspiraram sempre com seu apoio e sua força. E o que tenho a dizer se resume a uma palavra: gratidão."