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MP recorre para que ex-BBB Marcos responda por crime de violência doméstica

Ex-BBB Marcos depõe em delegacia da mulher no Rio de Janeiro em abril; ele foi expulso de reality - Marcello Sá Barreto/AgNews
Ex-BBB Marcos depõe em delegacia da mulher no Rio de Janeiro em abril; ele foi expulso de reality Imagem: Marcello Sá Barreto/AgNews

Do UOL, no Rio

08/06/2017 12h49

O Ministério Público do Estado do Rio de Janeiro (MPRJ) recorreu nesta quarta-feira (7) contra a decisão da Justiça que desclassificou como crimes de violência doméstica os atos cometidos pelo ex-BBB Marcos Harter contra Emilly dentro do reality show da Globo.

O médico foi acusado duas vezes por lesão corporal, pela Lei Maria da Penha, por agredir com beliscões a campeã do "BBB" Emilly Correa durante o programa em denúncia oferecida pelo MPRJ em abril.

Marcos come ao lado de Emilly - Reprodução/TV Globo - Reprodução/TV Globo
Marcos e EMilly no "BBB"
Imagem: Reprodução/TV Globo


O MP divulgou que, para os promotores de Justiça Barbara Salomão Spier e Mauricio Cesar do Couto, o fato de Marcos ter mantido relacionamento íntimo de afeto com a vítima, o enquadra na aplicação da Lei Maria da Penha.

O recurso solicita o prosseguimento normal ao processo criminal e destaca que não resta dúvida de que havia uma relação amorosa entre Marcos e Emilly, devidamente descrita na denúncia e evidenciada nos autos do Inquérito Policial, que diz:

"Vale salientar que tanto o recorrido quanto a vítima, ouvidos em sede policial, referiram-se ao namoro mantido, por aproximadamente dois meses, durante a edição do programa". O documento inclui imagens de cenas do programa que demonstram a situação de submissão de Emilly.

De acordo com a denúncia, na festa Retrô, que aconteceu no "Big Brother Brasil", Marcos agrediu Emilly com fortes beliscões, que causaram um hematoma no braço esquerdo da vítima, por motivo fútil, que seria ciúmes. Em outro momento, ele deu um apertão no antebraço direito, que acarretou um novo hematoma roxo. As lesões constam em laudo de corpo delito.

O promotor de Justiça Gianfilippo Pianezzola considera que os crimes foram praticados no âmbito de uma relação íntima de afeto, já que o médico mantinha um relacionamento amoroso com Emilly dentro do programa. Segundo ele, as agressões físicas e psicológicas suportadas pelas vítimas, causadoras de dano físico e emocional, consistem forma de violência doméstica e familiar.

Entenda o caso

Durante a madrugada do dia 9 de abril no "BBB17", Marcos perdeu o controle e encurralou Emilly em um canto da sala. O desentendimento aconteceu após a gaúcha sair da festa com Vivian e perguntar para o brother se ele queria que ela ganhasse o reality. Marcos respondeu apenas que o público deveria decidir.

"Isso é ridículo, Marcos. Pra mim você falou várias vezes que queria que eu ganhasse e a Vivian ficasse em segundo. Mas daí na frente dela tu fala que prefere que o público decida? Na cara da Vivian você não diz, né? E eu tenho que ficar vendo você babando nessa mulher na minha frente. Transbordou o meu balde. Chega. Não quero você perto de mim", reclamou Emilly. Marcos estava dando risada da situação, e tentou dar um abraço na sister, que recusou e se esquivou inúmeras vezes.

Marcos deu risada por alguns minutos, mas depois se descontrolou e colocou o dedo na cara de Emilly, encurralando-a no canto da sala: "Espera. Então você só está comigo porque eu quero que tu ganhe? Presta atenção, Emilly, você tem que ficar comigo independente de quem eu quero que ganhe".

Depois, no quintal da casa, Marcos deitou por cima de Emilly, no chão, e começou a chorar enquanto dava leves batidas com a cabeça da sister no chão. Em outra ocasião, Emilly mostrou um hematoma no braço e disse que ele foi causado por Marcos, que a beliscou "por ciúmes".

Marcos foi expulso do programa no dia seguinte. Depois de prestar depoimento, ele foi indiciado pela polícia por lesão corporal com base na Lei Maria da Penha, e denunciado pelo Ministério Público. Agora o processo corre na Justiça.