"Ninguém está ali para fazer amigos", diz Thaila Ayala sobre vida nos EUA
Thaila Ayala está começando a colher seus frutos após dois anos vivendo na ponte aérea entre Brasil e Estados Unidos. A atriz, que saiu do Brasil em 2015 para estudar atuação e inglês, é a estrela de “Pica-Pau – O Filme”, produção americana de animação gráfica e live-action que estreia em outubro e deve lançar dois outros longas em breve ao lado de Megan Fox e James Franco. Mas se engana quem pensa que a vida na indústria hollywoodiana é fácil. Em entrevista ao UOL, ela conta que percebeu uma nova Los Angeles bem diferente daquela que visitava de férias.
“Se você pensar que 99,9% das pessoas que estão na cidade foram em busca do mesmo sonho, que é trabalhar na indústria como ator, cantor, diretor, mas só 1 ou 2% consegue chegar no topo trabalhando, então rola uma energia pesada de frustração, tristeza, depressão. Todos estão para business, ninguém está ali para fazer amigos”, contou ela.
Com o clima competitivo e todo mundo querendo atingir o mesmo objetivo, a atriz contou que não é difícil achar artistas trabalhando em subempregos.
“O cara que te atende no bar é o cara que sonha a mesma coisa que você e não está feliz ali. Todos os ubers [motoristas do Uber] que pego lá são artistas ou produtores. Então existe uma energia que está ali e é real. É uma coisa fria, bem competitiva, do tipo: ‘Como você pode ser útil para me ajudar, você pode entrar na minha vida’, é complicado.”
Com a concorrência apertada entre os próprios atores que falam inglês como língua nativa, Thaila acredita que é possível um ator brasileiro ou de qualquer outra nacionalidade conquistar o mesmo sucesso que um americano, mas precisa superar um fator importante.
“Se você não tiver sotaque nenhum, é possível. Mas, por exemplo, o Rodrigo Santoro tem sotaque, o Wagner Moura tem, a Alice Braga é a que menos tem, a Penélope Cruz tem 50 anos e tem sotaque. Os latinos acabam fazendo sempre personagens latinos por causa do sotaque. Uma vez que você é bom ator e não tem sotaque, você pode pegar o papel de um americano, mas é muito difícil perder 100%.”
Além de “Pica-Pau”, Thaila ainda tem outros projetos internacionais no currículo programados para o final deste ano.
“Vamos lançar ‘Zeroville’ que fiz em 2014 com o James Franco e Megan Fox. Vamos para o Festival Internacional de Veneza, na Itália, e depois tem estreia mundial. E também tem o “The Pretenders", que deve sair até janeiro de 2018.”
Projetos nacionais
Apesar de estar envolvida com várias produções internacionais e ansiosa para o lançamento de “Pica-Pau”, Thaila ainda está escalada para a próxima novela de Aguinaldo Silva, “O Sétimo Guardião”.
“Acho que ninguém vira uma mega estrela com um filme infantil, apesar de ser um filme muito bacana, com um roteiro ótimo. Vou continuar trabalhando em Los Angeles, mas com meus projetos aqui. Este ano lanço o filme ‘Coração de Caubói’, o ‘Talvez Uma História de Amor’ e ‘O Matador’ e tem a novela do Aguinaldo Silva, que ainda está longe, mas já falei que estou dentro. Voltar a fazer novela com ele vai ser uma honra.”
Amizades gringas
As amizades com astros como James Franco e Orlando Bloom colocaram a atriz brasileira no noticiário de celebridades por lá --o que a fez até ser apontada por alguns sites como o motivo de uma briga entre Justin Timberlake e Jessica Biel. Thaila diz que tenta ver graça no assunto "quando dá".
“Acho divertido. Na verdade, tive um período que de repente mudou radicalmente de não fama para a fama. Como eles querem vender e isso domina [notícias sobre celebridades], com os anos aprendi que não tinha que ficar lutando contra. Quando vejo essas coisas, tento achar graça de tudo que dá e o que não dá tento nem saber."
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