Antonia Fontenelle faz peça para falar mal de si: "Não é egocentrista"

É na pele de Silvia Lobo, uma apresentadora de TV decadente, que Antonia Fontenelle resolveu falar mal de si mesma na peça "Sincericídio". A ideia da comédia é da própria atriz, que diz que a personagem é inspirada em "várias pessoas". O espetáculo estreia curta temporada no Rio, nesta quinta-feira (6), no teatro Miguel Falabella, em Caxambi, zona norte da cidade.

"Como sou alvo de muitas críticas, resolvi criar um personagem que vive falando mal de mim. Mas vale ressaltar que o espetáculo não é egocentrista, não é só pra falar de mim, mas é uma análise também da comunicação moderna, da velocidade dos factoides com essa ferramenta que é a internet, de como a TV está obsoleta e precisa encontrar um caminho. É tudo isso e misturado com muito humor. Falo dos meus meus ex, dos muitos erros e poucos acertos. Vale dizer que não me arrependo de nada", diz.

Com texto de Guilherme Macedo, o espetáculo aposta no sarcasmo, mas ela diz que não tem medo de ganhar inimizades por conta disso.

"Nada além do que eu já tenho. Eu pago um preço bem alto por ser sincera demais. O meio artístico é hipócrita demais. Só sobrevive quem não tem opinião sobre nada. O impacto eu vejo no rosto das pessoas, elas não entendem muito como eu consigo ser tão sarcástica comigo mesma, tem que ter coragem e desprendimento e isso eu tenho de sobra."

O universo de uma celebridade é o assunto principal do espetáculo, mas a atriz diz não se considerar uma.

"Não sou uma celebridade. Sou uma atriz e uma comunicadora. Não busquei a fama. Ela foi uma consequência. Confesso que seria muito bom não ser julgada por pessoas que não me conhecem e opinam com propriedade sobre a minha vida", desabafa.

A peça tem ainda muito espaço para cacos, diz Antonia.

"Sim, eu sou a rainha do improviso. A cada cidade, a cada dia... É um novo espetáculo. Você acha que eu não vou falar no NorteShopping da surubinha dos jogadores no vestiário do Esporte Clube Gaúcho?", provoca.