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"Machismo", diz Cleo Pires sobre críticas que recebe por falar de sexo

Cleo Pires está na capa da "Glamour" de agosto de 2017 - Divulgação
Cleo Pires está na capa da "Glamour" de agosto de 2017 Imagem: Divulgação

Do UOL, em São Paulo

31/07/2017 13h22

Cleo Pires vira e mexe vira notícia por contar detalhes picantes sobre sua vida sexual. Mas a repercussão negativa de suas declarações, acredita a atriz, tem a ver com o machismo ainda presente na nossa sociedade.

Em entrevista para a revista “Glamour” de agosto, a atriz falou sobre ter assumido que já transou com dois homens e disse que não teve a intenção de causar controvérsia. “Não gosto de ser polêmica, mas gosto menos ainda de ser hipócrita. E, muitas vezes, os temas são descontextualizados. Não é que eu acorde num dia sem ter o que fazer e poste nas redes sociais: ‘Bom dia, hoje fiz um ménage com dois homens’”.

“Me dá uma preguiça imensa perceber que sexo, a essa altura do campeonato, ainda gera essa comoção”, completou Cleo, em seguida lembrando as críticas direcionadas a ela: “Fico com vontade de tomar uma pílula para dormir e só acordar quando a polêmica já for outra. O que mais me deixa irada é que concluo que isso só acontece porque vivemos numa sociedade desigual. Se um homem quiser falar dessas coisas, ele pode. Mas, se for mulher, é piranha. E isso é machismo”.

Questionada sobre o fato de as notícias sobre sua vida sexual darem anto o que falar quanto o noticiário político, Cleo aproveitou para falar sobre seu engajamento.  “Sexo gera interesse. Dependendo de quem, também me interesso pela vida sexual dos outros. Mas não mais do que pela nossa situação política atual. Não vou à passeata, mas me envolvo porque, às vezes, penso que pode ser um efeito borboleta: se bater as asas aqui, vai causar um furacão ali. Não fui a favor do impeachment porque era inconstitucional. Diretas já, agora, também são, mas o que estamos vivendo é ainda mais. A culpa maior é do nosso sistema, que foi feito para ser corrompido. Precisamos mudá-lo!”

A atriz ainda afirmou que é feminista e que vê a necessidade de ser radical ao defender sua posição. “O não é não, não existe mais meio-termo. O caso da figurinista da Globo que sofreu assédio do Zé Mayer é representativo. Formou-se um grupo de mulheres dentro da própria emissora para dar apoio a ela. Aquela situação não era minha, mas me tocou. Por sororidade, aderi ao movimento”, referindo-se ao protesto “mexeu com uma, mexeu com todas”, após a figurinista Su Tonani denunciar Mayer por assédio sexual.