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Bicampeã olímpica, Jaque lamenta falta de clube e quer seguir na TV

Jaque Carvalho é uma das participantes do "Dancing Brasil" - Divulgação/Record TV
Jaque Carvalho é uma das participantes do "Dancing Brasil" Imagem: Divulgação/Record TV

Gisele Alquas

Do UOL, em São Paulo

15/08/2017 11h04

Bicampeã olímpica, Jaqueline Carvalho está acostumada a competir e não desanima diante de qualquer revés. Atualmente sem clube, ela tem se dedicado às disputas do "Dancing Brasil", programa apresentado por Xuxa na Record e, mesmo após cair para a zona de rebaixamento nesta segunda (14), se cobra o tempo todo e acredita que é possível vencer. Ainda que o resultado não venha, Jaque já vislumbra outros planos: quer aproveitar a exposição para se dedicar à carreira na moda e TV, seja como apresentadora, repórter ou atriz.

“Talvez possa ser estilista, adoro desenhar vestidos, ainda não tive tempo de me aperfeiçoar. Minhas amigas sempre me pedem dicas do que vestir, me mandam fotos dos looks. Mas também tenho vontade de ficar na TV, de ser apresentadora ou repórter de programas esportivos. Sei que vou começar de baixo, vai ser difícil, mas no vôlei não foi diferente”, afirma ela em entrevista ao UOL durante o intervalo de um dos ensaios para o reality.

Depois de ouvir de um dos jurados do “Dancing” que ela tem jeito para interpretação, ela diz que também passou a cogitar a possibilidade de atuar. “Acho que seria legal, mas será que vão contratar uma mulher de 1,86 m? Não sei se daria certo, mas se quiserem tentar, estou aí”, diz ela, aos risos.

Para Jaque, o futuro está aberto a muitas possibilidades. Por enquanto, no entanto, seu foco é a dança. A jogadora de vôlei relutou a princípio em aceitar o convite, mas diz que não consegue negar um desafio. “Achei que não iria conseguir porque sou dura, muito alta e tenho personalidade agressiva. Tenho dificuldades, mas a delicadeza do Marcelo [seu parceiro], as cobranças dele, têm me ajudado bastante. Estou confiante”, afirma ela.

Outra bela do vôlei que foi defender o Brasil em Toronto é Jaqueline - Danilo Verpa/Folhapress - Danilo Verpa/Folhapress
Jaque é bicampeã olímpica pela seleção brasileira
Imagem: Danilo Verpa/Folhapress

Questionada sobre quem é seu maior concorrente na competição, Jaqueline deixa a jogadora de vôlei de lado e mostra que já aprendeu as respostas mais polidas de quem quer fazer carreira na TV. “A cada semana tem alguém que surpreende mais. Eu sei que vai ser páreo duro, mas pego todas as dicas e as críticas e transformo em coisas boas. Estou melhorando meu jeito, como soltar mais as pernas, não pisar no chão tão agressivamente”, conta.

De todos os ritmos que dançou até hoje no programa, a atleta afirma que o cha cha cha foi sua Rússia das quadras --admite que chegou a chorar durante os ensaios. “Tem que mexer muito o quadril. Foi a pior semana para mim, chorava, ficava desesperada, não conseguia pegar a coreografia. Achei que não ia conseguir” lembra ela, que neste ritmo dançou a música “Poker Face”, da Lady Gaga, e acabou sendo elogiada pelos jurados.

Também pesou na decisão de encarar a pista de dança o fato de Jaqueline sempre ter sido fã de Xuxa. Ela conta que se emocionou quando a apresentadora disse que a conhecia, nas primeiras reuniões da nova temporada do programa: “Eu perguntei: ‘Xuxa, você me conhece?’. Ela respondeu: “Lógico que sim, minha filha [Sasha] jogava vôlei e fomos assistir a uma final da Superliga’. Nem acreditava, ela é muito simpática e simples. Está valendo a pena demais participar de tudo isso, estou conhecendo pessoas incríveis. O Yudi tornou-se um grande amigo”.

Jaqueline e seu parceiro Marcelo em uma das apresentações do "Dancing Brasil" - Divulgação/Record TV - Divulgação/Record TV
Jaqueline e seu parceiro Marcelo em uma das apresentações do "Dancing Brasil"
Imagem: Divulgação/Record TV

“Tristeza no coração estar sem clube”

Aos 33 anos, Jaqueline Carvalho está sem clube, mas tampouco quer desistir de jogar vôlei. Ponteira bicampeã olímpica pela Seleção feminina, a atleta lamenta o atual cenário da modalidade no Brasil. Segundo ela, os clubes têm demonstrado menos interesse em veteranas e os patrocínios estão diminuindo. 

“Fica muito difícil jogar no Brasil. Cheguei a receber propostas para jogar em outros países, mas não aceitei. Dei uma pausa por causa do meu filho e, no ano passado, fiquei esperando trabalhar e nada. Fico chateada que no Brasil não tem patrocinadores que queiram investir em tanta jogadora boa que está sem clube. Dá uma tristeza no coração. Mas não vou desistir, temos que persistir”, desabafa.

Casada com o também jogador de vôlei Murilo, os dois são pais de Arthur, de 3 anos. Segundo a atleta, o menino não gosta de assistir à mãe dançando na televisão, mas adora a ver nas quadras. 

Jaqueline ganhou o título de musa do vôlei assim que entrou para a Seleção Brasileira, em 2001 e afirma que nunca se incomodou com o assédio. “Em toda profissão tem. O Murilo também é lindo, assediado, e nunca nos importamos com isso. O que importa é o nosso trabalho”, diz.