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"Nós mulheres temos que nos posicionar sobre o machismo", diz Andreia Horta

Lucinda em "Tempo de Amar" é a primeira vilã na carreira de Andreia Horta. "Quero muito ser odiada",brinca a atriz que na trama de Alcides Nogueira vai atrapalhar a vida dos protagonistas - Divulgação/TV Globo
Lucinda em "Tempo de Amar" é a primeira vilã na carreira de Andreia Horta. "Quero muito ser odiada",brinca a atriz que na trama de Alcides Nogueira vai atrapalhar a vida dos protagonistas Imagem: Divulgação/TV Globo

Ana Cora Lima

do UOL, no Rio

31/08/2017 04h00

Mineira e leonina, Andreia Horta se posiciona nas redes sociais sobre questões polêmicas e explica o motivo. “Um artista é antes de tudo é um cidadão. Se ele quiser posicionar, deve porque é uma escolha e não uma obrigação. Sou dessas de colocar meu posicionamento a respeito daquilo que para mim é importante”, explica a atriz de 34 anos.

Nesta semana, ela fez um post no Instagram sobre o caso da escritora Clara Averbuck, que foi estuprada por um motorista do Uber. Andreia se indignou: “Não só eu, mas todas nós mulheres temos que falar sobre o machismo, temos que nos posicionar contra o machismo e seus desdobramentos. Uma ação machista não é só um cara matar uma mulher, bater em uma mulher ou estuprar uma mulher. Existe uma serie de violência contra a mulher. Quando um homem não aceita o não de mulher e a assedia moralmente, é machismo também. E isso é muito mais comum do que se imagina. Eu estou sempre atenta".

Sobre a personagem em “Tempo de Amar”, nova novela das 18h, Andreia adianta que Lucinda é uma mulher apaixonante mesmo sendo uma vilã.

"Eu gosto de interpretar mulheres fortes", conta a mineira Andreia - AgNews - AgNews
"Eu gosto de interpretar mulheres fortes", conta a mineira Andreia
Imagem: AgNews
“Ela é muito complexa e sofrida. Passou por um incêndio e teve o rosto queimado e tem muita vergonha das cicatrizes. Vive trancada, vive isolada e tem uma vida sombria. Quando vê aquele homem lindo, ela se apaixona e enxerga a possibilidade de uma vida mais colorida. Ela vai lutar com armas não tão legais, mas isso que é legal na história dela. Ela descobre que pode amar e ser amada", conta Andreia, que passa uma hora sendo maquiada por conta das cicatrizes da personagem.

"Pior mesmo é tirar. Elas demoram mais a sair do que colocar. Mas, está tudo tão bacana, tão gostoso que isso é o de menos."

A atriz já queria dar um tempo das mocinhas. Seis novelas, seis mulheres mais para heroínas do que propriamente as vilãs das tramas e o convite para fazer Lucinda era tudo que a atriz desejava nos últimos tempos.

“Gosto de interpretar mulheres fortes e eu tive muita sorte nessa questão porque as minhas personagens faziam essa linha de batalhadora, de lutar pelas suas coisas. Mas, uma vilã é sempre vilã, né? Quero muito ser odiada”, brinca.

A antagonista já prevê o desfecho de sua personagem antes mesmo da estreia da trama de Alcides Nogueira, no próximo dia 20 de setembro.

“A protagonista sempre fica com o protagonista no final. Fato. Não tem muito que fugir disso ainda mais numa novela que fala de amor, que fala do tempo de amar. A antagonista sofre, sobra”, adianta entre risos.

Se na ficção, Andreia volta e meia se vê envolvida em triângulos amorosos, na vida real ela assume detestar o que ela chama de “joguinho”. “Disputar homem não faz meu estilo. Quando isso acontece, eu tiro o meu time de campo porque não vale a pena mesmo. Por amor nenhum, por paixão nenhuma. Se o cara me quiser, ótimo. Se não me quiser, é tchau e um beijo. Tenho horror a triângulo amoroso.”, diz a atriz que evita ao máximo falar da vida pessoal.