"Domingos Montagner trabalhou comigo em 'Trapalhões'", diz Lucas Veloso

Lucas Veloso aparecerá em dose dupla nos finais de semana da Globo. O ator, que lidera a "Dança dos Famosos" e se prepara para rebolar funk no "Domingão do Faustão", interpreta Didico na nova versão de "Os Trapalhões", que estreia neste domingo (17), após ter ido ao ar em julho no canal pago Viva.

Para o novo trabalho, Veloso se inspirou em um amigo que conheceu em "Velho Chico", sua primeira novela, e morreu há exatamente um ano em uma tragédia que comoveu o Brasil: Domingos Montagner. O ator se afogou no rio São Francisco durante um intervalo de gravação da novela, em Canindé de São Francisco (SE).

O protagonista de "Velho Chico" começou no circo e construiu uma carreira bem-sucedida de palhaço com a companhia teatral La Minima, durante quase 20 anos. Lucas Veloso se emociona ao lembrar a importância de Montagner na preparação para viver Didico em "Os Trapalhões".

"Fiz 'Os Trapalhões' e ele [Domingos] era palhaço. Precisei muito buscar amigos palhaços para isso e foi um ano que me veio muito o Domingos na cabeça. Em várias vezes eu estava ensaiando e pensei: ‘Poxa, podia ligar para o cara mas ele não está aqui’", lamenta ao UOL.

Presença espiritual

Durante os ensaios para interpretar o novo Didi Mocó, Veloso realizou o sonho de atuar com Renato Aragão e Dedé Santana e teve a orientação do ator e palhaço Márcio Libar, do grupo "Aceita Idiota", mas sempre recordou o amigo de "Velho Chico". O humorista conta que Montagner trabalhou espiritualmente com ele em "Os Trapalhões".

"Domingos sempre foi do meio e me falou muito bem disso. Nesse período dos 'Trapalhões', lembrei muito dele, comentei muito com Márcio Libar em relação a ele. Márcio também é um grande admirador do Domingos, como o Domingos e eu somos dele. Foi uma visita muito indireta que o Domingos me fez em espírito no meu próximo trabalho. Trabalhamos juntos fisicamente em 'Velho Chico' e espiritualmente nos 'Trapalhões'", afirma, emocionado.

Apesar da curta convivência, o humorista de 21 anos contracenou com Domingos Montagner em "Velho Chico" (chegou a ser genro dele na trama) e ouviu nos bastidores da novela experiências de vida que levará para sempre. Lucas, que perdeu o pai, Shaolin, em janeiro de 2016, diz que aprendeu a lidar com a perda e guarda boas lembranças do colega.

"Domingos foi um cara que a vida me deu de presente. Foi pouco tempo que convivemos juntos, mas aprendi muito com ele. Com a perda, não foi diferente. Ele me ensinou na presença e na ausência. Eu gostaria muito, nesse primeiro ano, de ter passado a mão no telefone e ligado para trocar ideias. Eu me orgulho muito de ter feito amizade com ele. Não é nem uma perda para a arte. É uma perda para a humanidade, porque era um grande ser humano. Aliás, é um grande ser humano", elogia.