"Filha da Vovó Mafalda", Beth Guzzo produz quadro de sucesso no Ratinho
Aos 42 anos, Beth Guzzo já cantou lambada, fez sucesso no sertanejo, trabalhou como atriz e apresentadora, mas hoje trocou de lado e foi para trás das câmeras. Como produtora musical do "Programa do Ratinho", ela convida artistas para o "Boteco", quadro que derrota Gugu Liberato na Record às quartas-feiras.
No "Boteco", Beth reúne artistas de estilos e épocas diferentes. Na última quarta, por exemplo, sentaram na mesma mesa de bar Zé Felipe (cantor filho de Leonardo), Markinhos Moura (do hit "Meu Mel"), Turma do Pagode, Padre Ezequiel e a dupla Teodoro & Sampaio.
Sem lançar CDs há sete anos, Beth ainda é reconhecida, respeitada e tietada pelos convidados do "Boteco", especialmente as sertanejas do momento, como Marília Mendonça e Maiara & Maraisa, que se inspiraram na cantora e produtora de Ratinho.
"Sinto orgulho e sinto que tem uma semente minha dentro delas. Maiara & Maraisa vieram fazer um programa aqui e me agradeceram, porque no meu auge elas foram assistir a um show meu e eu coloquei as duas no palco. Fico muito feliz de ter feito parte da evolução da música sertaneja", comemora.
Beth não se arrepende de ter trocado de carreira e sente prazer em seguir a trajetória do pai, Valentino Guzzo, a eterna Vovó Mafalda do "Bozo". Ele dirigiu Ratinho em 1998, ano em que morreu. "Ratinho é um querido. Trabalhar no SBT é uma honra, porque tem um tijolinho do meu pai aqui, e seguir o legado dele é mais honroso ainda", afirma.
"Eu tinha um pai e uma vovó"
Com o pai, Beth começou a carreira artística como Mafaldete, dançarina e assistente da Vovó Mafalda, e depois cantando no "Bozo". Na época, ninguém podia saber que Mafalda era homem, mas para a filha dele era divertido e impressionante ter um pai e uma avó ao mesmo tempo.
"Ninguém sabia [que Vovó Mafalda era homem], mas para mim era normal. Meu pai maquiava metade do rosto e já se transformava, era impressionante. Para mim, eu tinha um pai e uma avó. Eu o chamava de Vovó Mafalda, não de 'pai', quando a gente ia trabalhar. Falava: 'Vovó, vou sair e já volto'", relembra.
Valentino não gostou muito da ideia de ver a filha artista e tentou protegê-la, mas ela insistiu: "Ele não queria, não era um gosto dele. Eu ficava em casa dançando e cantando e pedia para minha mãe filmar. Acho que ele queria me preservar. Eles deixaram eu ir no meu tempo. Comecei a apresentar a Vovó em shows e fazia esquetes com ela. Com 13 anos, decidi gravar meu primeiro disco".
"Vou de Táxi" quase foi de Beth Guzzo
Com o apoio do pai, Beth Guzzo começou a cantar profissionalmente aos 13 anos, primeiramente com músicas infantis, como "Dá me Dá", e depois na lambada, com "Ai, Moreno", até seguir no sertanejo, com dez álbuns lançados. Ela lembra como o pai a ajudou em seu primeiro contato com uma gravadora.
"Meu pai, maquiado de Vovó Mafalda, me apresentou a um senhor no SBT e pediu para eu cantar a música da novela 'Chispita' em espanhol. O senhor falou: 'Valentino do céu, preciso me reunir com os pais dela para assinar contrato!'. Ele tirou a luva e disse: 'Muito prazer, sou pai dela'", recorda Beth.
O senhor em questão era o dono da gravadora RGE, que procurava uma garota para cantar a versão brasileira de "Joe Le Taxi", da francesa Vanessa Paradis. Mas uma fatalidade mudou os destinos de Beth Guzzo e Angélica.
"Ele falou: 'Menina, essa aqui é a música que você vai gravar'. Adivinha qual? 'Vou de Táxi'. Ele disse que marcaria estúdio para gravar o disco, mas viajou, sofreu um infarto fulminante e morreu. E a música foi para a Angélica. Acabei cantando em outra gravadora a versão da Chispita em português", conta.
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