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Boris Casoy relembra paralisia infantil: "Era quase um saci"

Colaboração para o UOL

22/09/2017 07h42

Boris Casoy falou da infância difícil na década de 1940 no programa "Sensacional" de quinta-feira (21). O âncora do "RedeTV! News" contou a Daniela Albuquerque o preconceito que sofreu por ter tido paralisia infantil.

"Eu e minha irmã gêmea tivemos uma infância diferente das outras crianças porque tivemos paralisia infantil. Não havia vacina ainda. Minha perna direita praticamente era morta, não tinha firmeza nos músculos, dobrava. Colocava-se um aparelho com duas hastes metálicas que prendiam em uma bota e você ficava de pé naquela estrutura. Era quase um saci", recorda.

A melhora veio só aos 9 anos, quando fizeram cirurgia nos Estados Unidos. "O que me doía era a piedade: 'Coitado, é paralítico', diziam. Isso é de uma crueldade... tem que levantar essas pessoas, estimular". A reação acabou gerando consequências. "Virei um menino revoltado em casa, desaforento, uma coisa animalesca".

Boris recorda sem remorso que apoiou o golpe militar. "Eu ajudei a fazer 1964. Era estudante, tinha 23 anos, a gente viu um perigo do Brasil se transformar em um país comunista. Em 1968 comecei a divergir do que chamava de revolução. A gente começou a ver que a volta à democracia não acontecia e tomou conhecimento da tortura, que não estava no nosso horizonte".

Ele contou ainda por que deixou a Band, onde apresentava o "Jornal da Noite". "Não aguentava mais a madrugada. Estava me matando, mexendo com minha saúde, minha cabeça. Você não dorme nem come na hora certa".