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Suzana Alves diz que sucesso de Tiazinha lhe causou "depressão" e "pânico"

Suzana Alves fez sucesso nos anos 90 interpretando a Tiazinha no programa "H" - Jorge Araújo/Folhapress
Suzana Alves fez sucesso nos anos 90 interpretando a Tiazinha no programa "H" Imagem: Jorge Araújo/Folhapress

Do UOL, em São Paulo

05/10/2017 00h03

Considerada símbolo sexual nos anos 1990, Suzana Alves contou na noite desta quarta-feira (4) que a exposição da personagem masoquista Tiazinha, no extinto "Programa H", de Luciano Huck, na Band, lhe provocou depressão e síndrome do pânico.

"Eu achava que estava sendo filmada em todo lugar, não conseguia sair socialmente, fiquei em casa trancada porque eu sempre achava que havia perseguição, que estava todo mundo me olhando", relatou Tiazinha, durante entrevista ao "Programa do Gugu". "Superei o problema com a ajuda de amigos, da família e de bons profissionais [da medicina] que Deus colocou em meu caminho", completou em seguida.

De lingerie, máscara e com chicote em mãos, a personagem Tiazinha foi criada por ela mesma, por acaso: a ideia da máscara era apenas uma desculpa dada por Suzana para esconder o rosto e, consequentemente, para que o seu pai não a reconhecesse.

Inicialmente, Suzana ganharia o cachê de R$ 1 mil e participaria apenas de uma edição do "H" —segundo ela, o dinheiro seria para pagar as duas mensalidades da faculdade que estavam atrasadas.

Mas o sucesso da personagem foi além das expectativas, o que obrigou a emissora a chamar a atriz para assinar um contrato às pressas. Em seis meses, o cachê de Suzana Alves já havia pulado de R$ 1 mil para R$ 40 mil, além do lançamento de produtos licenciados, a carreira como cantora e entrevistas a veículos internacionais, como "The Washington Post" e "Time".

"[A personagem] mudou a minha vida. Saí da periferia e fui morar na zona sul [de São Paulo]. Comprei uma casa e ajudei a minha família. Ganhei muito dinheiro com a Tiazinha", contou.

Durante a entrevista a Gugu, Suzana lamentou não ter dado continuidade a amizade com o apresentador Luciano Huck.

"A minha relação [com o Luciano] era profissional, não tínhamos muita proximidade. Não [nos falamos mais], a amizade não fluiu, infelizmente. Eu falo assim, que eu e o Luciano, a gente tem que agradecer a Deus e a Tiazinha [pelo sucesso todo do programa]. Por isso que eu sinto pelo fato de não termos um relacionamento [de amizade]", afirmou ela.

Suzana se afastou dos holofotes e decidiu aposentar a personagem quando estava no auge do sucesso nos anos 2000.

"A fama me assustou no sentido de perder a minha privacidade, de não conseguir construir uma vida real. [A Tiazinha] virou um ícone muito grande, um mito, era uma personagem que descaracterizou a pessoa [Suzana Alves]. Não podia ir ao boteco tomar um chopp com as minhas amigas, não podia ir à praia. Eu pensei 'meu Deus, eu quero a minha vida' Tive que me isolar para me encontrar", relembrou.

Aos 38 anos, Suzana já foi assistente de palco de Sérgio Mallandro e fez algumas participações como atriz em "Mandrake" (2005), "Cidadão Brasileiro" (2006) e "Amigas e Rivais" (2007). Apesar da pausa na carreira na televisão, ela fez teatro e sempre quis se estabilizar como atriz.