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Walcyr Carrasco escreve "folhetim clássico" e tenta não pensar no ibope

Por via das dúvidas, Walcyr Carrasco tem um medidor de audiência em seu escritório - Divulgação
Por via das dúvidas, Walcyr Carrasco tem um medidor de audiência em seu escritório Imagem: Divulgação

Do UOL, no Rio

22/10/2017 04h00

Walcyr Carrasco tem evitado pensar em números. O autor estreia na segunda-feira (23) "O Outro Lado do Paraíso", que entra no ar na sequência de “A Força do Querer”, que teve o melhor desempenho no Ibope desde "Avenida Brasil", de 2012.

“Estou contando a história que quero contar com todo amor e emoção. Não posso pensar em outras coisas. Um autor não pode escrever pensando em números, ele tem que pensar na emoção, deixar fluir e escrever a sua novela. Se não, ele que vá trabalhar em marketing”, diz.

Ainda que prefira a emoção aos números, Walcyr, de 65 anos, segue com um medidor de audiência em seu escritório, em São Paulo.

"Tenho, mas só olho no fim do capítulo por curiosidade. O importante é acreditar na minha emoção e eu acredito."

O fato é uma novela das 21h é uma obra aberta que navega ao sabor dos números e isso Walcyr não nega. "Pode acontecer de ter que mudar o rumo da trama [por conta de audiência]? Pode e se tiver que mudar, eu mudo."

"Não tenho nada definido. Vou escrevendo um capítulo por dia e as tramas acontecem de acordo com a minha emoção. Eu meio que incorporo os personagens”, explica.

Gael (Sérgio Guizé) e Clara (Bianca Bin) serão os protagonistas de "O Outro Lado do Paraíso", próxima novela das 21h da Globo - Divulga??o/TV Globo - Divulga??o/TV Globo
Gael (Sérgio Guizé) e Clara (Bianca Bin) serão os protagonistas de "O Outro Lado do Paraíso", próxima novela das 21h da Globo
Imagem: Divulga??o/TV Globo
Em sua décima quinta novela –sem incluir “Esperança”, na qual foi coautor, e “O Profeta”, supervisor de texto--, o autor classifica a nova trama como um "folhetim clássico", entremeado com  temáticas modernas.

"Vamos falar de amor, de ambição e de vingança. Também vamos falar de racismo, preconceito, homofobia, violência contra a mulher e do nanismo, por exemplo”, enumera.

Mais jovem capital do país, fundada em 1989, Palmas é a cidade central da história, a região do Jalapão, conhecido destino de ecoturismo, tem grande destaque. "Fui conhecer e, de cada lugar daquela região do Tocantins, a novela brotava", conta ele.

O novelista não esconde que o elenco está repleto de figurinhas conhecidas de histórias anteriores. "Repito parceiras, sim. Quando um ator faz um trabalho que eu me apaixone por inteiro, eu o quero de novo. Aconteceu isso com o Sergio Guizé, a Bianca Bin e a Grazi Massafera. Têm atores que eu admiro também como são os casos da Fernanda Montenegro e do Lima Duarte e, pela primeira vez, eles estão comigo. Felizmente", comemora.

Sobre a primeira polêmica de "O Outro Lado do Paraíso", o vazamento de uma quentíssima cena de sexo da Grazi e Rafael Cardoso, Walcyr minimiza. "Essa questão [de como foi gravada a cena] é da direção. O autor só escreve: 'Aí eles se beijam e transam'. É uma frase. A direção interpreta. Sem dúvida, a novela tem cenas de sexo, sim. Mas cenas que uma criança pode assistir. Nudez total, não."