"Não vejo televisão até hoje", diz Maitê Proença
Maitê Proença relembrou o início da carreira no "The Noite" de terça-feira (24). A atriz contou como seguiu o caminho das artes e revela que tinha preconceito com a TV.
"Não quis ser artista, fizeram por mim. Descobri que meu pai estava com câncer, voltei para o Brasil e fui ficando porque achava que ele mentia para mim. Fiz um curso no Museu da Imagem e do Som (MIS) e começaram a prestar atenção quando eu abria a boca. O Mário Prata me viu lá, Antunes Filho me convidou para fazer um teste e acho que ele me deu uma protegida, tinham 800 pessoas e eu passei". recorda.
A ida para a televisão não foi a primeira opção. "Eu dizia: 'televisão é uma arte menor, não vou fazer isso, não é o que eu quero'. "Na minha casa não tinha TV, não tinha muito contato com artes cênicas. Não vejo televisão até hoje", revela.
Ela cita algumas novelas memoráveis, como 'O Salvador da Pátria', de 1989. "Falava de política e não tinha politicamente correto nem haters para falar que você é cheirador de cocaína, viado, lésbica...". Maitê não sabe dizer se as tramas eram melhores naquele período ou se a falta de opções de lazer tornava ver novela uma coisa boa.
O envolvimento dos atores, no entanto, era maior. "Não tinha Projac [hoje Estúdios Globo]. A gente ia para a locação, ficava um mês e esquecia família. A gente ficava se entretendo, só tinha a novela e ficar um brincando com o outro".
A atriz esteve presente em um dos últimos trabalhos de José Wilker na televisão: o remake de "Gabriela", em 2012. "O Zé sempre foi muito sarcástico, ele sempre foi impaciente para a burrice humana. Em 'Gabriela', ele estava maravilhoso, gentil, no auge do melhor dele".
Maitê acredita que possamos alcançar um melhor nível de civilidade. "A maior parte das pessoas do mundo é boa, a gente é que está em um país degringolado, um país fora de si. No Brasil, essa história de esquerda e direita é irrelevante: se existe uma polaridade, tem que ser entre os honestos e os outros", opina.
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