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Guizé comenta mal estar provocado por Gael e afirma: "Tem que pagar"

Sergio Guizé é Gael em "O Outro Lado do Paraíso" - Raquel Cunha/Divulgação/TV Globo
Sergio Guizé é Gael em "O Outro Lado do Paraíso" Imagem: Raquel Cunha/Divulgação/TV Globo

Giselle de Almeida

Do UOL, no Rio

14/11/2017 04h00

Ainda tem muita novela pela frente, mas, a julgar pelas primeiras semanas de Gael (Sergio Guizé) em "O Outro Lado do Paraíso", fica difícil apostar que a primeira impressão do personagem vai mudar diante do telespectador. Bastaram apenas dois capítulos para o "príncipe gentil" dos sonhos de Clara (Bianca Bin) se desfazer em um agressor cruel, reincidente e, até o momento, impune.

Portanto, se o caminho escolhido por Walcyr Carrasco para o filho de Sophia (Marieta Severo) for mesmo a redenção, Guizé acredita que ele precisa ser preso primeiro - punição da qual ele vai escapar esta semana, quando a vilã mexe seus pauzinhos para livrá-lo da cadeia quando a nora prestar queixa contra seu filho.

"Acho que ele tem que pagar por seus crimes. Ele é um criminoso. Eu acredito na redenção do personagem e na redenção de todas as pessoas. Acredito no amor e acho que ele é conduzido pelo amor, mas ele tem uma falha na criação que o leva a cometer esses erros. São erros gravíssimos. Acho que através do amor que ele vai perceber que os erros são graves e vai ter que pagar por eles. Acho que só dá para conversar sobre o futuro dele na trama depois que ele pagar por esses crimes", analisa o ator.

Desde que assumiu o papel, Guizé diz que ouviu vários relatos de vítimas de violência doméstica e relacionamentos abusivos.

"O mais forte foi de um homem que me contou a história de uma amiga próxima, que sofreu um estupro do ex-namorado, que não aceitava a separação, e acabou engravidando. Ele me contou tudo o que ela passou, as dificuldades de ter a criança, a raiva que ela ficou do ex-namorado e tudo mais. E acabou, também, me falando da importância social da novela, do personagem e de meter o dedo na ferida mesmo e usar o Gael para falar sobre o assunto", diz.

Pouco afeito às redes sociais, o ator diz que soube que o personagem andava sendo odiado pelo público por meio de amigos e parentes, logo na primeira semana da novela.

"Encontrei com uma senhora, muito simpática, na primeira semana da novela, que me falou uma coisa meio engraçada: 'Moço a novela é muito bonita, é muito legal, mas quando você entra...' [risos]. Eu fiquei sem reação, não pude responder nada", comenta.

Se assistir às sequências causa angústia no público, a experiência para os atores também não é nada fácil. Segundo Guizé, as cenas da noite de núpcias foram as mais difíceis de realizar até agora, justamente por serem as primeiras do tipo a serem gravadas neste trabalho.

"Eu estava conhecendo a equipe e a direção. Eu e a Bianca estávamos concentradíssimos tentando colocar tudo que aprendemos na preparação de dois meses do Eduardo Milewicz e seus auxiliares, toda nossa pesquisa, todas nossas referências e tudo o que estávamos pesquisando. Eu acho que essa cena foi a que a gente ficou mais feliz, por ver que pode ser feito com segurança e com a intensidade necessária", afirma.

A dificuldade, explica o intérprete, está na "carga de energia muito forte" dessas cenas, que exigem muita concentração.

"São difíceis mesmo. A trama está exigindo muito da gente, mas a gente está muito focado. São muitas horas por dia e as cenas exigem o máximo de atenção para dar tudo certo e funcionar. Eu tenho muita sorte por meu par ser a Bianca", diz o ator.

"O texto diz muito por si só. Eu acho que a gente tem muita sorte nesse sentido para conseguir mexer em algumas coisas que a gente não quer mexer, e principalmente nos dias de hoje", conclui.