"Poderia ser diferente se ele estivesse aqui", diz viúva de Montagner
Do UOL, no Rio
24/11/2017 13h39
Viúva de Domingos Montagner, Luciana Lima falou sobre a morte precoce do marido e o espetáculo "Pagliacci" da cia La Mínima, criada pelo ator e a mulher.
"A gente tem uma companhia de teatro, uma história de 20 anos, uma família com três filhos. Poderia ser diferente se ele estivesse aqui, mas vai ser tão bom quanto porque é isso que ele gostaria que acontecesse, que a gente estivesse aqui, tentando dar continuidade a essa trajetória de vida, de compartilhamento, de trabalho, de família. As crianças estão crescendo e vão tocar suas vidas, construir seus caminhos da mesma forma que ele construiu o dele", contou no "Encontro" desta sexta (24).
Luciana e o amigo de Montagner, Fernando Sampaio, trouxeram o espetáculo que fala de amor e ciúmes para o Rio de Janeiro.
"Trata-se de 1890, uma época que não se dava voz à mulher, ela seguia da forma que era imposto. Quanto trouxemos para nossa realidade, fizemos uma volta. A obra original termina em tragédia... Em nenhum momento pensamos em desistir porque era um projeto que a gente já vinha alimentando ao longo de um tempo. Sempre a gente pensava num projeto e já pensando num próximo", explica Luciana.
Ela contou que Domingos participou ativamente do projeto e tinha um caderno onde escrevia as ideias e colocava referências fotográficas e musicais para o espetáculo.
"Esse projeto é pensado há quase 10 anos. Conheci Domingos no final dos anos 80 e os projetos eram pensando em médio, longo prazo. Pensamos juntos o tempo inteiro e nos últimos dois anos ele já apontava muitas coisas para o espetáculo", contou Fernando.
"O elenco inteiro sente ele muito presente no espetáculo. Domingos era um cara muito forte", completou.
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Domingos morreu afogado no Rio São Francisco, em Canindé, Sergipe, em setembro do ano passado, enquanto mergulhava no intervalo das gravações de "Velho Chico" com a atriz Camila Pitanga. O ator estava com 54 anos.