Ju Paes diz que foi criticada dentro da Globo por fazer Gabriela "trintona"

Juliana Paes desabafou nesta terça-feira (28) sobre as críticas que recebeu dentro da Globo por fazer "Gabriela" com 33 anos. No quadro "Meu Vídeo É um Show", do "Vídeo Show", a atriz contou que sentiu insegurança após ouvir na própria emissora que estava com idade avançada para interpretar uma personagem com muita sensualidade.

"Lembro que, quando fui escalada para fazer 'Gabriela', eu já estava com quase 30 [ela tinha 33] e teve algumas pessoas que criticaram a minha escalação. Eu tinha tido filho e escutei coisas assim: 'Mas uma Gabriela trintona?'. Acredite se quiser, de pessoas daqui de dentro. Isso dá uma insegurança para a mulher, e aí eu comecei de um jeito muito... 'Será? Será?'. Mas aí chegou uma fase em que eu me senti dona. 'Quer saber? Eu tenho essa Gabriela dentro de mim', foi um sucesso e eu sou muito orgulhosa dessa personagem.

Na época, um grupo dentro da emissora culpava a escalação de Juliana Paes pela baixa audiência do remake de "Gabriela", novela de 1975 estrelada por Sonia Braga.

Beijo "baboso" em "A Força do Querer"

Juliana também relembrou uma cena "nojenta" de "A Força do Querer", em que fez sucesso como Bibi Perigosa. Ela contou que um de seus beijos em Emilio Dantas, o traficante Rubinho, foi corrigido na computação gráfica porque estava muito baboso.

"Eu estava fazendo uma cena com o Emilio e tinha chorado muito. Quando a gente chora, fica com uma baba um pouco mais espessa. A gente fazia as pazes no final, e aquele beijão terminou 'Mumm-Ra, o ser eterno'!", brincou a atriz, imitando o personagem "baboso" do desenho "Thundercats". "Só que a cena ficou muito linda! A diretora falou assim: 'Tudo bem, eu apago na computação'", completou.

Primeiro teste "horrível"

Juliana Paes reviu seu primeiro teste na Globo, para uma vaga em "Malhação". "Eu tenho 19 anos. Sou do signo de Áries, se é que interessa", brincou Juliana no teste. O diretor Ricardo Waddington perguntou: "Você faz dança de rua? Sabe fazer um passinho?". Juliana, então, arriscou uns passos para tentar entrar na novela. "Sei. Bom, essa roupa aqui não é muito apropriada, mas dá para fazer", disse a então aspirante a atriz.

No "Vídeo Show", Juliana ficou envergonhada ao se rever na TV. "Miga, sua louca! Olha meus cabelos! Cheia de vergonha! Eu estava morta de vergonha", analisou. Depois, ao ver sua atuação no teste, se reprovou: "Horrível, né? Horrível, tipo muito canastrona ainda, né?". Otaviano caiu na gargalhada. com a avaliação da atriz.

Surpresa com a recordação, Juliana Paes relembra que começou "crua" na televisão e aprendeu todas as técnicas de atuação na prática.

"Eu estou chocada! Imagina, gente. Eu comecei fazendo televisão sem saber nada. Eu nunca tinha feito um curso de teatro, uma peça. Eu nunca tinha feito nada, era tudo muito intuitivo para mim. Eu trabalhava muito fazendo comerciais, nunca me senti imtimidada pela câmera, mas o 'acting' eu aprendi fazendo. É a melhor coisa, mas é muito arriscado. Eu dei muita sorte de no primeiro personagem ter conseguido me safar, porque não é que eu entrei na televisão já sendo uma atriz formada. Eu me formei aqui", afirmou.

Apesar do teste "horrível", Juliana Paes entrou em "Malhação" como figurante. "Meu Vídeo É um Show" mostrou algumas cenas em que a atriz aparecia ao fundo. Uma delas tinha Rodrigo Faro, hoje apresentador da Record. Em outra, Otaviano Costa chamou o ator Carlos Casagrande de Joaquim Lopes, seu colega no "Vídeo Show".

Juliana falou sobre seu primeiro papel fixo, a empregada Ritinha de "Laços de Família" (2000), e contou ter aprendido a chorar em uma cena com Marieta Severo.

"Eu não sabia nada, eu aprendi tudo fazendo aqui, até a chorar. Até a chorar, porque eu lembro que logo depois que ela descobre que está grávida, tinha uma cena com a Marieta que eu tinha que chorar, e eu fiquei a noite sem dormir. ‘Como é que eu vou chorar, como é que eu vou chorar?’. Marieta me sacudiu no canto na hora do 'gravando'. De repente, veio aquela coisa que você se surpreende consigo mesma. É isso, não tem subterfúgio, não tem inventar, pensar em outra coisa, é a cena que te dá material. É o ator que te dá a bola para você jogar", recordou.