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"Emagreci por medo de morrer", diz Leandro Hassum

Leandro Hassun participa do programa "Conversa com Bial" - Reprodução/TV Globo
Leandro Hassun participa do programa "Conversa com Bial" Imagem: Reprodução/TV Globo

Colaboração para o UOL

29/11/2017 08h00

Leandro Hassum falou sobre os quilinhos a mais que ostentava há três anos, antes de se submeter à cirurgia bariátrica. O ator explicou os motivos que o levaram a decidir emagrecer e os problemas que o excesso de peso lhe causava na vida e nos tempos de escola.

"Eu era muito feliz, emagreci por metabolismo, por medo de morrer. Você começa a ouvir que a obesidade é um perigo, um risco, que gordo é uma bomba-relógio, que dorme bem e acorda diabético. Chegou uma hora que me senti à vontade para fazer [a cirurgia]", contou ele no "Conversa com Bial", desta terça-feira (28).

Ele explicou como é a recuperação."Se eu disser que me acostumei totalmente, estou mentindo. Principalmente quando vejo fotos de antes e depois, olho e penso: 'eu não estava desse tamanho'. Muitos acham que a gente é sem vergonha na cara. Mas a gente não precisa sentir fome, basta ver comida. Faço trabalho psicológico até hoje. Durante esses três anos de operado, tomei muita surra do meu corpo achando que poderia comer mais".

Hassum afirmou que encontrou resistência de amigos e colegas quando decidiu ficar mais magro. "Eu era gordinho e me achava lindo. Falaram: 'você vai perder a graça, é bonito gordo'. Se eu acreditasse que meu talento está num pedaço de carne, não teria 30 anos de carreira", desabafou.

A adolescência não foi fácil. "É muito impressionante como o mundo não é feito para a gente caber, e não estou levantando bandeira porque emagreci. A adolescência é a fase mais cruel para quem está fora do padrão. A busca do padrão perfeito é uma grande cagada, porque nunca vai chegar. Que padrão é esse?", questionou, dizendo como isso afetava seu comportamento na época.

"Fui expulso de três colégios. Ou eu me divertia com isso ou seria extremamente agressivo. Procurava o cara mais forte do colégio no primeiro dia e enfiava a porrada para acharem 'esse gordinho é maluco'".

César Menotti, da dupla com Fabiano, contou que tinha um comportamento parecido: "Na nossa época não existia essa palavra bullying. Eu descia o braço, só zombavam de mim uma vez. Se eu pudesse, descia o cacete na pessoa, se não, chamava meu irmão. Falavam: 'aquele gordinho é briguento, não mexe com ele, não'".

Em casa, o humorista descobriu que servia como exemplo negativo para a filha Pietra. "Venho de uma geração que criança saudável era criança gordinha. Minha mulher pegou minha filha colocando comida para fora no banheiro. Perguntou e ela disse: 'não quero ficar gorda como meu pai'".

Pai na máfia

Hassum falou ainda sobre os planos de transformar a vida do pai em filme. Ele descobriu aos 21 anos que o pai era envolvido com a máfia e o tráfico internacional.

"Meu mundo caiu. Não tenho vontade de fazer um filme sobre tráfico, mas quero contar uma história em família. Ele tentou que o filho não soubesse desse lado da vida dele por 21 anos. Tivemos muitos altos e baixos, mas quando ele se foi estávamos de bem. Tenho um respeito e um amor muito grande por ele", emocionou-se.