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Emoção e desabafos políticos marcam o Troféu Melhores do Ano 2017

Jornalista Sandra Annenberg participa do Melhores do Ano e discursa sobre a situação política do país: "Depende de nós" - Reprodução/Globo
Jornalista Sandra Annenberg participa do Melhores do Ano e discursa sobre a situação política do país: "Depende de nós" Imagem: Reprodução/Globo

Colaboração para o UOL

11/12/2017 07h43

A entrega do 22° Troféu Melhores do Ano do "Domingão do Faustão", teve emoção, choro e discursos sobre as mazelas do Brasil neste domingo (10). Atores, cantores e jornalistas dividiram o palco do programa para receber seus prêmios e dizer o que pensam sobre a situação social e política.

"Eu sou negro, favelado, vim do Morro do Borel, de uma família humilde, e estou aqui ao lado de Luan Santana e Safadão. Vim para cá já me sentindo vencedor só de estar aqui", comemorou Nego do Borel, indicado a Melhor Cantor. Outro que seguiu essa linha foi Jonathan Azevedo, que levou o prêmio de Ator Revelação. "Tenho gratidão porque sempre me apoiaram, minha comunidade me via pegando carona para ir ao teatro. Se você tem dignidade corra atrás de seus sonhos".

Silvero Pereira se emociona na premiação do "Domingão do Faustão" - Reprodução/Globo - Reprodução/Globo
Silvero Pereira se emociona na premiação do "Domingão do Faustão"
Imagem: Reprodução/Globo
Silvero Pereira, que concorreu na mesma categoria pelo Nonato/Elis Miranda de "A Força do Querer", não segurou o choro. "O preconceito nós passamos na arte, na favela, no Nordeste, no negro, no LGBT. A mudança estará quando os oprimidos descobrirem que precisam se unir", desabafou. Carol Duarte, vencedora como atriz revelação, chamou a atenção para a matança de gays e transexuais no Brasil.

"O país pode sair desse ranking do que mais mata. Espero que Ivans da vida real não sejam mortos nas esquinas do Brasil como são", disse a atriz. Letícia Colin, indicada a melhor atriz pela imperatriz Leopoldina de "Novo Mundo", afirma que é preciso entender o passado. "A gente precisa contar a história do nosso país para aprender com nossos erros e melhorar. A gente vive num país super difícil", declarou.

Juliana Paes, derrotada por Paolla Oliveira como melhor atriz, confessa que às vezes deixa de prestar atenção nas notícias do país. "De vez em quando eu tento não ver. Ficar sem ver não é ignorar, ficar alheio ao que está acontecendo serve para manter a cabeça saudável. Fico um tempo sem ver, sem saber de nada", assume.

Renata Vasconcelos, que perdeu na categoria Jornalismo para Sandra Annenberg, tenta ser otimista apesar do que precisa ler no "Jornal Nacional". "A gente tem consciência do que acontece, procura estar informado, mas tem esperança, tenta não se distanciar da realidade nem deixar a peteca cair, porque vai dar certo". A vencedora destacou a importância das eleições de 2018 para mudar o cenário atual.

"Nós vivemos um ano muito difícil para o nosso pais, mas eu sou otimista, gosto de olhar para a frente. Ano que vem é importante para todos nós, temos muito a fazer. Vamos passar por um momento muito importante que todo país passa, as eleições. Democracia é o poder do povo, vamos escolher quem vai nos representar. Todos juntos temos essa responsabilidade, está em nossas mãos. Precisamos pensar, estudar quem são [os candidatos], o que eles pensam, propõem, e depois ficar cobrando, fiscalizando. Nós que vamos reerguer esse país, depende de nós", desabafou Annenberg.

Faustão também emitiu opiniões nesse sentido. "Enquanto a gente briga entre si e fala besteira na rede social, os ladrões estão unidos roubando o país", analisou, em determinado momento. E encerrou o programa dando sua mensagem. "Que através do voto você vire esse país como merece".