Netos de Edir Macedo desabafam contra acusação de TV: "Não fomos raptados"
Louis Carlos de Andrade e Vera de Andrade, netos do bispo Edir Macedo, líder da Igreja Universal do Reino de Deus (IURD), usaram a página da entidade no YouTube e fizeram um desabafo contra a reportagem da TVI.
A principal emissora portuguesa acusa a IURD de criar uma rede de tráfico ilegal de crianças, em uma série de 10 reportagens --a primeira delas foi exibida nesta segunda-feira (11). Ainda de acordo com a TV, dois dos netos do fundador da Universal teriam saído irregularmente de Portugal para serem adotados no Brasil. (Para assistir à denúncia na íntegra clique aqui)
No desabafo, Louis Carlos inicia o vídeo dizendo que ambos estão abalados emocionalmente após a recente perda de um irmão, em decorrência de problemas cardíacos. Em seguida, o jovem critica a série de reportagens da emissora.
"A TVI está dizendo coisas ao nosso respeito que não são verdadeiras. Estão dizendo que nós fomos raptados pela cúpula da Igreja Universal, mas nós não fomos raptados. Nós fomos adotados de forma legal por uma família norte-americana e vivemos até os nossos 20 anos com essa família nos Estados Unidos", afirma o filho adotivo de Viviane Freitas, filha de Edir Macedo.
"Fomos acolhidos por uma família que nos ama e vivemos muito bem com eles. Queremos dizer à TVI que não é justo, de forma nenhuma, o que eles estão fazendo conosco. E queremos o direito de resposta a vocês", completou.
"Em Portugal existem três entidades de credibilidade: a Santa Casa de Misericórdia, o Tribunal de Família de Lisboa e a Segurança Social. E essas três entidades autorizaram a nossa adoção. Fizeram uma reportagem sem abordar esses três e sem verificar estes processos. O jornalismo da TVI perdeu qualquer credibilidade", prosseguiu Vera, ao lado do irmão.
Os dois garantem ter dupla cidadania, americana e portuguesa, e proibiram a TVI de mostrar a imagem ou sequer citar o nome de ambos.
"O Segredo dos Deuses"
De acordo com a investigação da jornalista Alexandra Borges, que durou sete meses e consultou mais de 10 mil documentos, a Igreja Universal do Reino de Deus teria promovido uma rede de raptos de crianças com base em Lisboa.
O centro do esquema seria um lar ilegal que a Universal manteve em Lisboa nos anos 1990. Dali, teriam desaparecidos várias crianças e adolescentes roubados de suas mães.
O Ministério Público em Portugal abriu um inquérito interno para apurar as denúncias e o Ministério de Segurança Social do país também estaria avaliando o caso.
"Campanha difamatória"
Em nota, a Igreja Universal afirmou que as reportagens promovem "uma campanha difamatória, mentirosa". "Não podemos tolerar", declarou. Segundo o texto, as informações obtidas pela televisão portuguesa se baseiam em depoimentos de um ex-pastor, que teria deixado a igreja no Brasil por "condutas impróprias". De acordo com a Universal, ele deixou de colaborar com a igreja no fim de 2013, "por acordo voluntário das partes".
A Universal também informou que o seu escritório central já foi contatado e que "os seus membros, em Portugal e fora do país europeu, apresentarão inúmeras ações contra TVI em Portugal e no exterior". Segundo a nota, as adoções em Portugal "foram decretadas pelo Tribunal de Família e Menores de Lisboa (capital portuguesa)".
"As crianças foram encaminhadas pela Segurança Social e pela Santa Casa de Misericórdia de Lisboa para um lar - que evidentemente à época não era ilegal -, e vários pais adotivos se candidataram a adotá-las", alegou a nota.
"Contam-se pelos dedos de uma mão as crianças que foram adotadas por essa via - com decisão judicial, sublinhe-se - por casais ligados à Universal."
*Com informações da agência Estadão Conteúdo
ID: {{comments.info.id}}
URL: {{comments.info.url}}
Ocorreu um erro ao carregar os comentários.
Por favor, tente novamente mais tarde.
{{comments.total}} Comentário
{{comments.total}} Comentários
Seja o primeiro a comentar
Essa discussão está encerrada
Não é possivel enviar novos comentários.
Essa área é exclusiva para você, assinante, ler e comentar.
Só assinantes do UOL podem comentar
Ainda não é assinante? Assine já.
Se você já é assinante do UOL, faça seu login.
O autor da mensagem, e não o UOL, é o responsável pelo comentário. Reserve um tempo para ler as Regras de Uso para comentários.