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Carolinie Figueiredo deixa a carreira de atriz: "Não é como pago contas"

Carolinie Figueiredo - Reprodução/Instagram/carolinie_figueiredo
Carolinie Figueiredo Imagem: Reprodução/Instagram/carolinie_figueiredo

Colaboração para o UOL

15/12/2017 13h32

Em um longo depoimento, a atriz Carolinie Figueiredo - famosa por personagens em "Malhação" e "Sangue Bom" - compartilhou com os seus fãs no Instagram que está deixando a carreira artística de lado. Na postagem - publicada nesta sexta-feira (15) -, ela começou falando sobre como sua vida mudou após ter filhos aos 21 e 23 anos, e como sofreu quando seu casamento com o ator Guga Coelho, com quem teve Theo e Guto, terminou.

"Essa foto tem mais de sete anos. Antes dos filhos, antes de tudo virar de cabeça pra baixo. Um processo doloroso onde precisei ver morrer o meu eu idealizado. Comecei deixando morrer a idealização da maternidade quando assumi ser mãe aos 21 e logo novamente aos 23. Foi doloroso ver que na realidade o cuidar e o Maternar era bem diferente daquilo que imaginava. Depois passei por um longo processo de aceitar a morte da idealização da 'família perfeita'. Separei quando o pequeno tinha menos de um ano e foi bem doloroso pra todo mundo perceber que aquela relação estava desgastada e que seria mais coerente pra todos que 'papai e mamãe tivessem duas casas mas que continuariam amando muito vocês'. Mesmo sabendo que o casal não funcionava mais, ver desmoronar o projeto de família, aquilo que desde pequena escuto sendo como ideal, é um processo gigantesco que só quem passou sabe como é", refletiu.

Depois, afirmou que agora era o momento de entender que não está mais tão ligada com o universo da interpretação. "Agora estou começando a abraçar mais uma morte importante: a morte da atriz. Talvez eu nunca deixe de ser atriz, talvez seja o rótulo / ocupação mais antigo que tenho. Acontece que desde que meu segundo filho nasceu, ser atriz não é mais minha ocupação principal, não é mais como eu pago minhas contas mas ainda é como eu me apresento porque isso ainda me trás status, pertencimento e reconhecimento (e digo de mim mesma). Deixar essa morte acontecer não significa que não vá mais atuar, porque o ser artista / criativa / criadora vai estar em mim pra sempre. Mas a idealização de carreira, a associação de sucesso e abundância financeiro ligado a minha carreira de atriz, isso precisa morrer", determinou.

Por fim, ela explicou que hoje se identifica mais com sua nova área de atuação. "Porque hoje sou terapeuta (minha mão ainda treme ao escrever). Porque sou educadora parental. E mesmo fazendo um trabalho lindo que impactou e transformou tantas famílias, mulheres e pessoas, algo em mim colocava minhas ocupações em segundo plano porque a atriz-ego-gigante, a atriz-que-espera-a-novela-das-oito ocupava todos os espaços. Essa precisa morrer e junto com ela tudo que ainda me impede de assumir quem sou. Morrer pra algo novo renascer. E abraçar e acolher essa que agora sou. Essa que é a construção de tudo que também não me aconteceu. E em você: o que precisa morrer?", questionou ela. 

 

 

Essa foto tem mais de sete anos. Antes dos filhos, antes de tudo virar de cabeça pra baixo. Um processo doloroso onde precisei ver morrer o meu eu idealizado. Comecei deixando morrer a idealização da maternidade quando assumi ser mãe aos 21 e logo novamente aos 23. Foi doloroso ver que na realidade o cuidar e o Maternar era bem diferente daquilo que imaginava. Depois passei por um longo processo de aceitar a morte da idealização da "família perfeita". Separei quando o pequeno tinha menos de um ano e foi bem doloroso pra todo mundo perceber que aquela relação estava desgastada e que seria mais coerente pra todos que "papai e mamãe tivessem duas casas mas que continuariam amando muito vocês". Mesmo sabendo que o casal não funcionava mais, ver desmoronar o projeto de família, aquilo que desde pequena escuto sendo como ideal, é um processo gigantesco que só quem passou sabe como é. Agora estou começando a abraçar mais uma morte importante: a morte da atriz. Talvez eu nunca deixe de ser atriz, talvez seja o rótulo / ocupação mais antigo que tenho. Acontece que desde que meu segundo filho nasceu, ser atriz não é mais minha ocupação principal, não é mais como eu pago minhas contas mas ainda é como eu me apresento porque isso ainda me trás status, pertencimento e reconhecimento (e digo de mim mesma). Deixar essa morte acontecer não significa que não vá mais atuar, porque o ser artista / criativa / criadora vai estar em mim pra sempre. Mas a idealização de carreira, a associação de sucesso e abundância financeiro ligado a minha carreira de atriz, isso precisa morrer. Porque hoje sou terapeuta (minha mão ainda treme ao escrever). Porque sou educadora parental. E mesmo fazendo um trabalho lindo que impactou e transformou tantas famílias, mulheres e pessoas, algo em mim colocava minhas ocupações em segundo plano porque a atriz-ego-gigante, a atriz-que-espera-a-novela-das-oito ocupava todos os espaços. Essa precisa morrer e junto com ela tudo que ainda me impede de assumir quem sou. Morrer pra algo novo renascer. E abraçar e acolher essa que agora sou. Essa que é a construção de tudo que também não me aconteceu. E em você: o que precisa morrer? #Luaminguante

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