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Carolinie Figueiredo desabafa sobre ditadura da beleza: "Padrão esmaga"

Carolinie Figueiredo - Reprodução/Instagram/carolinie_figueiredo
Carolinie Figueiredo Imagem: Reprodução/Instagram/carolinie_figueiredo

Colaboração para o UOL

22/12/2017 08h13

Carolinie Figueiredo usou sua conta no Instagram para desabafar sobre a busca pelo corpo perfeito. Em um texto publicado nesta sexta-feira (22), a atriz e terapeuta falou que desde a infância ouvia que precisava emagrecer.

"Eu li que a maior forma de reprimir uma mulher é impondo a ditadura da beleza aos nossos corpos. Eu desde muito cedo escuto: você é linda, seu rosto é lindo, só precisa dar uma secadinha/fechadinha. Como sou atriz desde 5 anos, eu comecei a ouvir essas frases antes mesmo de estar gorda. Permaneci minha vida inteira lutando com a balança. As vezes nem por opção, mas revendo meu caminho até aqui: oscilo profundamente entre 'uau estou numa fase boa, focada, disciplinada, regradinha, fechei a boca, estou com um carinha ou com a perspectiva do carinha, o que me faz ainda mais motivada' e fases de largar tudo pro alto e afrouxar, desistir, comer compulsivamente pra suprir sei lá o que'. O que acontece é que quando somos metralhadas desde cedo com imagens de perfeição, a gente odeia o próprio corpo, porque junto com ele vem a mensagem de sermos erradas, imperfeitas e não amarmos o próprio corpo. O padrão esmaga. Eu destruí meu corpo várias vezes por não me amar e não me aceitar. Fiz as maiores rebeldias e revoluções com meu próprio corpo, hoje sei como proteção da objetificação, e porque de alguma maneira jogava pro meu corpo minha próprias frustrações e rejeições num ciclo vicioso", disse.

Em outro momento, falou que ainda está aprendendo a lidar com suas formas e a gostar como é. "Adoraria terminar o texto dizendo 'agora me amo como sou, assumi minhas marcas porque elas construíram quem eu sou', se possível postando minha foto lacradora de biquíni. Mas acontece que nessa minha jornada de amor próprio e aceitação eu estou engatinhando e ainda oscilo entre 'vou fazer a louca esculpir meu corpo e arrasar' e "foda-se, vou ser quem sou e me aceitar de vez'. Eu ainda estou no meio do caminho, do meu próprio caminho", refletiu ela. 

Recentemente, Carolinie fez um desabafo para falar que estava deixando de lado a carreira artística para se ocupar como terapeuta. "Porque hoje sou terapeuta (minha mão ainda treme ao escrever). Porque sou educadora parental. E mesmo fazendo um trabalho lindo que impactou e transformou tantas famílias, mulheres e pessoas, algo em mim colocava minhas ocupações em segundo plano porque a atriz-ego-gigante, a atriz-que-espera-a-novela-das-oito ocupava todos os espaços. Essa precisa morrer e junto com ela tudo que ainda me impede de assumir quem sou. Morrer pra algo novo renascer. E abraçar e acolher essa que agora sou. Essa que é a construção de tudo que também não me aconteceu. E em você: o que precisa morrer?", questionou ela. 

 

 

Eu li que a maior forma de reprimir uma mulher é impondo a ditadura da beleza aos nossos corpos. Eu desde muito cedo escuto: você é linda, seu rosto é lindo, só precisa dar uma secadinha/fechadinha. Como sou atriz desde 5 anos eu comecei ouvir essas frases antes mesmo de estar gorda. Permaneci minha vida inteira lutando com a balança. As vezes nem por opção, mas revendo meu caminho até aqui: oscilo profundamente entre "uau estou numa fase boa, focada, disciplinada, regradinha, fechei a boca, estou com um carinha ou com a perspectiva do carinha, o que me faz ainda mais motivada" e fases de largar tudo pro alto e afrouxar, desistir, comer compulsivamente pra suprir sei lá o que. O que acontece é que quando somos metralhadas desde cedo com imagens de perfeição, a gente odeia o próprio corpo, porque junto com ele vem a mensagem de sermos erradas, imperfeitas e não amarmos o próprio corpo. O padrão esmaga. Eu destruí meu corpo várias vezes por não me amar e não me aceitar. Fiz as maiores rebeldias e revoluções com meu próprio corpo, hoje sei como proteção da objetificação, e porque de alguma maneira jogava pro meu corpo minha próprias frustrações e rejeições num ciclo vicioso. Adoraria terminar o texto dizendo: agora me amo como sou, assumi minhas marcas porque elas construíram quem eu sou, se possível postando minha foto lacradora de biquíni. Mas acontece que nessa minha jornada de amor próprio e aceitação eu estou engatinhando e ainda oscilo entre "vou fazer a louca esculpir meu corpo e arrasar" e "foda-se, vou ser quem sou e me aceitar de vez". Eu ainda estou no meio do caminho, do meu próprio caminho. #tbtdetextos #cantodamulherquecanta

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