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"Mandava carta pro Papai Noel pedindo para ter pepeca", diz Nany People

Nany People na estreia de "Uma Shirley Qualquer" - Manuela Scarpa/Brazil News
Nany People na estreia de "Uma Shirley Qualquer" Imagem: Manuela Scarpa/Brazil News

Do UOL, em São Paulo

22/12/2017 07h08

Nany People falou de como lidava com sua sexualidade na infância no "The Noite" de quinta-feira (21). A atriz recorda como reagiu ao descobrir que era diferente das meninas com quem brincava.

"Eu gritava: ‘tira, tira!'. Saí correndo pelada, fui no Correio onde minha mãe trabalhava e dizia 'quero pepeca', ela entendia 'quero boneca'. Eu mandava carta pro Papai Noel pedindo pepeca. Quando acordava e via que não tinha, chorava", conta.

E qual a reação da família? "Não tinha essa coisa de identidade de gênero. Com 10 anos me colocaram no psiquiatra porque eu tinha 'desvio de comportamento'. Fiquei dos 10 aos 18 anos no psiquiatra. Além disso, tinha todo um tratamento corporal, [diziam]: 'fala que nem homem'. Você não se reconhece com o que tem, o seu catálogo emocional não é condizente com o genital. Até eu descobrir que não era gay, era transexual, levou quase 20 anos".

Nany comentou o que a levou a demorar a se assumir trans, classificando-se como drag queen durante um bom período de sua vida. "Comprei apartamento trabalhando como drag, com 37 anos. Eu tinha medo do preconceito, de me transformar numa trans e fechar portas de trabalho". Mas quem pensa que ela é confusa, está enganado. "Sou muito bem resolvida, fui uma criança muito amada", garante.

Aos 52 anos, a atriz falou ainda da boa forma. "Estou 22 kg mais magra. Estava com 92 kg, fui fazer um check-up e descobri que estava com gordura no fígado. Ficava com um sono danado, indisposição. Estou desde maio sem comer açúcar, farinha, leite e derivados. É fechar a boca mesmo", recomenda.