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Ator troca "Castelo Rá-Tim-Bum" pelo de "Deus Salve o Rei" e ri de memes

Pascoal da Conceição como Doutor Abobrinha, em "Castelo Rá-Tim-Bum", e Lupércio, em "Deus Salve o Rei" - Montagem/Reprodução/TV Cultura/TV Globo
Pascoal da Conceição como Doutor Abobrinha, em "Castelo Rá-Tim-Bum", e Lupércio, em "Deus Salve o Rei" Imagem: Montagem/Reprodução/TV Cultura/TV Globo

Paulo Pacheco

Do UOL, em São Paulo

18/01/2018 04h00

Nem Bruna Marquezine, nem Marina Ruy Barbosa. Quem está roubando a cena em "Deus Salve o Rei" é Pascoal da Conceição. Eterno Dr. Abobrinha do "Castelo Rá-Tim-Bum", o ator voltou a pisar em um castelo, desta vez o do reino de Montemor. A aparição dele rendeu memes dos fãs saudosistas, e até a TV Cultura, que produziu o programa em 1994, entrou na brincadeira.

"Ser lembrado por causa do 'Castelo-Rá-Tim-Bum' é uma glória, um prêmio. Fico muito feliz e lisonjeado. 'Castelo' foi um acontecimento que trouxe para a vida e a carreira de cada um de nós que participamos dele um valor inestimável. Do público tenho recebido, além do carinho, um respeito muito grande por tudo que o programa significou e significa, pelo que ele trouxe de mágico, de lúdico, de educativo e de criativo nas nossas vidas", comemora Pascoal em conversa com o UOL.

Embora não seja estreante na emissora, o ator diz ser tietado dentro e fora da Globo, onde é constantemente abordado e recebe pedidos inusitados até dos colegas de "Deus Salve o Rei": "Sim, já começa na portaria. É sempre aquilo: 'É você que fazia o Abobrinha? Não acredito! Cara, eu era seu fã!', E também não perdem a chance de fazer uma piadinha: 'Não vai derrubar esse castelo, né?'".

Pascoal guarda grande carinho pelo Dr. Abobrinha, papel que conseguiu por acaso durante os testes para o "Castelo" e o projetou do teatro para a TV. Ele costuma interpretar o vilão, que sonha construir no lugar um prédio de 100 andares, em protestos como em defesa do Teatro Oficina, que disputa terreno com o Grupo Silvio Santos, no centro de São Paulo.

Johnny Massaro, Pascoal da Conceição e Rômulo Estrela em "Deus Salve o Rei" - Artur Meninea/TV Globo - Artur Meninea/TV Globo
Johnny Massaro, Pascoal da Conceição e Rômulo Estrela em "Deus Salve o Rei"
Imagem: Artur Meninea/TV Globo

Medicina e bruxaria para viver Lupércio

Mas será que Lupércio teria coragem de derrubar o reino de Montemor? "A ambição do Doutor Abobrinha pode contagiar qualquer um, até meus personagens, afinal quem não sonha em pegar um castelo e poder dizer: 'Esse castelo é meu!'", brinca, usando o bordão do vilão do "Castelo Rá-Tim-Bum". Brincadeiras à parte, o médico é mais solidário e menos ambicioso.

O ator se preparou para viver Lupércio lendo sobre medicina na Antiguidade, história dos procedimentos médicos e bruxaria. Neste momento, ele devora a coleção 'Idade Média', organizada pelo escritor italiano Umberto Eco (1932-2016).

"Fiz um teste sem saber exatamente o que seria o Lupércio. Ser um médico na Idade Média não é nada definido como sabemos hoje. Medicina, superstições, astrologia e alquimia andavam todas juntas e, ainda hoje, com tudo que a ciência evoluiu, não creio que todas essas coisas tenham se separado tanto assim", analisa.

Aos 63 anos, Pascoal começou relativamente tarde na televisão. Brilhou durante mais de 20 anos no teatro antes de querer "derrubar" o "Castelo Rá-Tim-Bum". "Deus Salve o Rei" é sua sexta novela, gênero em que gostaria de atuar mais. A trama mais recente havia sido o remake de "Gabriela", em 2012.

Na TV, Pascoal também atuou nas minisséries "Um Só Coração" (2004) e "JK" (2006), em que interpretou outro papel marcante, o poeta Mário de Andrade. Ele desfilará na Camisa Verde e Branco, que no Carnaval deste ano homenageará o escritor.

"Novela é um gênero bacana porque demora mais. Com voltas e reviravoltas, você tem a chance de arrumar aquilo que não gostou ou que não funciona no personagem. A interpretação na TV é muito diferente do palco. Por dentro da gente é a mesma coisa, mas por fora é muito diferente. O tempo ajuda você a ficar mais relaxado, ganhar confiança", compara.