Apresentador da Globo no MS se demite após 18 anos e investe em bitcoins
Depois de Evaristo Costa e Carla Vilhena, mais um jornalista da Globo deu adeus à emissora para seguir projetos pessoais. Ginez Cesar, que trabalhou durante 18 anos na TV Morena, afiliada no Mato Grosso do Sul, pediu demissão da emissora e chorou ao se despedir do "Bom Dia MS", telejornal local que apresentava desde 2010.
"Foi muito difícil. Até agora fico balançado, porque a empresa é ótima, não posso reclamar. Chegou o momento em que a gente amadurece. Tenho 42 anos e comecei na TV aos 20 e poucos. Construí minha carreira aqui. Só agora, com a maturidade, me permiti tomar decisões diferentes", conta Ginez Cesar ao UOL.
Nesta sexta-feira (19), Ginez passou o bastão do "Bom Dia MS" para Átilla Eugênio Rocha. Ele recebeu homenagens, relembrou sua trajetória de quase duas décadas na TV e foi aplaudido pela equipe. Nascido em Sorocaba (interior de São Paulo), viajou até o Mato Grosso do Sul para cobrir férias e acabou sendo efetivado. No estado, casou e teve duas filhas. A família pesou na decisão de se demitir.
"O principal motivo é pessoal. Tive vários problemas de saúde com a família, minha mulher passou por uma segunda cirurgia, e no jornalismo temos uma rotina pesada, aos feriados, Natal, Ano-Novo, domingos. Depois de 18 anos, decidi que queria ser mais dono da minha agenda", explica.
Bitcoins
Fora da TV, Ginez Cesar poderá trabalhar integralmente como investidor no mercado virtual. Há um ano, ele conheceu uma empresa de mineração de criptomoedas. Os bitcoins atraíram o jornalista, que tentou seguir jornada dupla de trabalho, mas precisou escolher.
"O negócio começou a crescer, ganhar dimensão. Aumentou o percentual de trabalho, estava criando um grupo bastante denso e tinha pouco tempo para todas as coisas. Encontrei outra fonte de renda que me permitiu tomar essa decisão", afirma.
Ginez presta consultoria e prospecção para atrair novos investidores de criptomoedas. Ele admite que no começo não entendeu como o mercado virtual funcionava, mas estudou e tornou-se entusiasta no negócio. Atualmente, ganha "um pouquinho mais" do que na TV e aprendeu a lidar com as críticas ao novo trabalho.
"Alguns acham que é brincadeira, moda, outros preferem ficar de fora. Cada um tem uma reação diferente. Acredito em trabalho e no que vejo. O que vejo é que para mim está dando certo. Eu olho a moeda pela tecnologia e inovação. As pessoas olham pelo preço e pela cotação. É uma leitura muito superficial quem se diz especialista, mas não sabe nada de criptomoeda. Brasileiro gosta de dar palpite em tudo", analisa.
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