"Em novela, tudo se resolve", diz Glória Pires sobre furos em "Outro Lado"

O "apagão" sofrido por Duda, ou melhor Elizabeth, no capítulo de terça-feira (23) de “O Outro Lado do Paraíso", deixou o público atônito por razões distintas: o desempenho de Glória Pires, que fez muita gente reivindicar um Oscar honorário à atriz, e a falta de lógica do enredo. Como uma filha que perde a mãe aos 12 anos não a reconhece uma década depois?

Nos bastidores, Glória ameniza. “Em novela, tudo se resolve, né?”, resumiu a atriz ao UOL.

Finalmente, a verdade sobre sua morte veio à tona e, a reboque disso, ela vai descobrir ter sido vítima - mais uma vez – de uma teia de artimanhas e golpes. A bichinha ainda vai comer o pão que o diabo amassou, na trama de Walcyr Carrasco.

“Eu gostaria que ela [Duda/Elizabeth] ficasse mais atenta, mais segura. Torço para que a malícia comece a habitar aquela cabeça, porque está difícil”, brinca a atriz, que reconhece nunca ter feito um trabalho com tantas reviravoltas.

“Não tenho lembranças de uma personagem tão cheia de camadas, nuances e coisas radicais. Duda é um dos meus personagens mais difíceis. A cada bloco de capítulos vem um 'looping' e vamos embora. Eu estou achando ótimo! Adoro sair da zona de conforto, adoro desafios e, aos 54 anos, poder ter algo realmente novo em uma novela, coisa que faço há 50 anos, é maravilhoso.”

"As pessoas se sentem atraídas pela trajetória da Clara, essa saga e redenção. A palavra vingança é muito boa para a dramaturgia, tem uma outra pegada. Para a vida, não", diz. E complementa: “Esses sentimentos nocivos, destrutivos... Para minha maneira de viver, não, porque eu não saberia viver sob esse signo da perseguição, da vingança. Claro que todo mundo é humano e, em determinados momentos, fases, horas, pensa nas piores coisas, mas eu procuro não me conectar com isso."

Maria de Fátima

Glória também fala com orgulho de uma das suas personagens mais emblemáticas, Maria de Fátima de "Vale Tudo", que completa 30 anos. "As pessoas amam a Maria de Fátima e, até pouco tempo, eu recebia de amigos aquela famosa cena da Maria de Fátima com Sebastião Vasconcellos e Regina Duarte falando do nosso sistema, da nossa cultura! Do nosso jeitinho do que é aceitável, não é aceitável. Eu fiquei oito meses recebendo esse vídeo direto. Ninguém esquece a Maria de Fátima", finaliza.