Em ano eleitoral, Porchat mira candidatos e lançará famosos a presidente
“Oi, tia”, diz Jojo Todynho, em uma ligação telefônica. “Fala, cachorra”, responde a tia, arrancando gargalhadas da plateia. É com esse clima de improviso e escracho com os famosos, que marcou a primeira temporada, que “Programa do Porchat” retorna nesta segunda (05), tendo a funkeira como uma de suas primeiras convidadas.
Assim como ocorreu na estreia, com Sasha, o primeiro entrevistado do talk show ainda é mantido em segredo, com a conversa prevista para ser gravada horas antes de o programa ir ao ar, mas sabe-se que, em ano eleitoral, o humorista e apresentador não terá como fugir de política e outros temas mais espinhosos.
Se entrevistaria Bolsonaro? “Eu entrevisto qualquer pessoa. Em um programa diário, o 'não' de hoje é o 'sim' de daqui a seis meses. Super entrevistaria”, diz Porchat ao ser questionado por um dos jornalistas presentes ao lançamento da nova temporada, na última quarta (28) na Record, se o polêmico deputado e candidato à presidência sentará no seu sofá. "Geralmente o que o Bolsonaro fala é engraçado, no mau sentido", completou, sem perder a piada.
Porchat também não descarta os outros presidenciáveis. “Tem que ver a agenda deles, se eles topam, acho que topam”. Para tentar não perder a mão do humor em meio à dura agenda que tem pela frente, o programa estreia o quadro “Brasil Dividido”, inspirado em candidaturas de celebridades como Luciano Huck e Dr. Rey.
“A gente vai lançar a candidatura de duas pessoas famosas e comediantes vão defender as candidaturas. Então digamos: Anitta e Mr. Catra, quem seria o melhor presidente? A gente vai botar comediantes para defender por que a Anitta seria, por que o Mr. Catra seria, e plateia no final vai escolher quem ela elege para presidente. A gente vai brincar com a política mesmo não entrando no viés político”, explica Porchat.
O humorista também frisa que o programa já falou de política em outras oportunidades. “O programa sempre falou em política, e sempre bateu em todo mundo. Isso é uma coisa muito legal da Record, de permitir que se fale de todo mundo. Obviamente tem a tal da lei eleitoral que tem que ver até que ponto que pode na televisão”.
Também voltam ao ar os quadros que, na avaliação de Porchat, deram certo na primeira temporada. "Fiquei muito feliz de ter dado continuidade porque as coisas estão funcionando, de público e crítica. Acho que estreamos em um trilho muito legal, fomos mexendo, fazendo funcionar. Continuo botando minha mão no meio. O ‘Emergente como a Gente’ vai seguir. O programa continua nessa linha de ter jogos, brincadeiras”.
Concorrência
Porchat renovou com a Record por dois anos no final de 2017. “É bom porque eu comecei a reformar meu apartamento”, brinca ele. No entanto, algumas coisas mudaram desde a estreia do humorista na Record em 2016.
Uma delas, foi o surgimento de dois novos talk shows: “Conversa com Bial”, na Globo, apresentado por Pedro Bial, e “Lady Night”, no Multishow, apresentado por Tatá Werneck, tornando ainda mais árdua a disputa entre talk shows, que já contava com Danilo Gentili (SBT).
“Convidado é uma guerra, por exemplo. É engraçado, o Gugu me deu o livro da Barbara Walters para ler, e ela fala da guerra de conseguir convidados para ela. Imagina, se a Barbara Walters teve dificuldade eu tenho que me suicidar amanhã cedo. Essa luta por convidado e exclusividade acho que vira assim: a necessidade é a mãe das invenções. Então, como é que você transforma um convidado que você talvez já tenha visto em algum lugar em uma coisa diferente para o seu programa?”, questiona ele.
O apresentador conta como busca dar uma abordagem diferente a cada entrevistado. “Uma coisa que a gente pensa aqui é criar um quadro específico para aquela pessoa. Então Maitê Proença veio no programa e ela deu uma entrevista recentemente falando que lavou privadas na Índia. Então fizemos uma brincadeira dela da ‘Guerra dos Tronos’. É uma bobagem, mas é uma bobagem divertida. O programa tem muito isso”.
Audiência
Brigando pelo segundo lugar no horário, Porchat também diz não se deixar levar só pela audiência.
“Quero ganhar, claro. Queria dar muita audiência. Mas está tão maleável, porque a audiência depende de tanta coisa. Às vezes você faz um programa que você acha maravilhoso, vai mal. Aí um programa que você acha mais ou menos e vai muito bem. Nosso recorde foi com o Dinei. Uma coisa muito louca”.
Eterna piada da atração, a receptividade dos convidados em participar do talk show na Record vem mudando, segundo Porchat, prestes a chegar à edição de número 250. “Eles estão mais a fim de vir, de estar aqui e fazer brincadeira. Acho que no início sempre tem uma desconfiança”.
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