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No Chile, repórter é expulso após pergunta a Temer sobre corrupção

Repórter do "CQC Chile" foi expulso por carabineros - Reprodução/Instagram
Repórter do "CQC Chile" foi expulso por carabineros Imagem: Reprodução/Instagram

Do UOL, em São Paulo

12/03/2018 11h56

O apresentador e repórter do "CQC Chile", Sebastián Eyzaguirre, também conhecido como "Cuchillo", foi expulso do Congresso Nacional enquanto tentava fazer uma entrevista com o presidente brasileiro, Michel Temer, em Valparaíso, neste domingo (11). As informações foram divulgadas pelo canal local Mega e pelo próprio profissional em sua página no Instagram.

O programa realizava a cobertura jornalística da cerimônia de posse do novo presidente do Chile, Sebastián Piñera.

Segundo Cuchillo, carabineros --uma espécie de polícia com poder militar no Chile-- agiram de forma violenta, mesmo estando com todas as credenciais, enquanto fazia perguntas sobre os escândalos de corrupção enfrentados pelos presidente brasileiro. Os agentes não explicaram os motivos que levaram à expulsão do repórter.

Nas redes sociais, Cuchillo desabafou. "Vergonha. O 'CQC' foi violentamente expulso. Carabineros nos chutaram para fora. Linda a sua democracia. Apenas quando nós perguntamos ao presidente brasileiro por seus escândalos de corrupção", escreveu ele.

"Sempre estivemos nas cerimônias de posse. Hoje se irritaram a filha de Bachelet (ex-presidente do Chile), o presidente corrupto do Brasil e todos que conseguimos abordar até que nos expulsaram. Bem, é o 'CQC'. Nada mais. Só fazemos o que as pessoas querem que alguém faça", continuou.

Em nota enviada ao UOL, a assessoria da Presidência afirmou que "o presidente Michel Temer não concedeu entrevista ao programa de TV referido na reportagem", e acrescentou. "O repórter, ademais, não participou da única interação do presidente com a imprensa."

Michel Temer esteve presente no Congresso Nacional em Valparaíso, no Chile, para participar da cerimônia de posse do presidente eleito do Chile, Sebastian Piñera, que assume o cargo pela segunda vez. O presidente brasileiro chegou com atraso ao local e entrou depois do presidente chileno.