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Musa de "Mulheres de Areia" diz que já sentiu cobrança por beleza

Mônica Carvalho na abertura de "Mulheres de Areia", em 1993, e atualmente - Reprodução/TV Globo/Instagram
Mônica Carvalho na abertura de "Mulheres de Areia", em 1993, e atualmente Imagem: Reprodução/TV Globo/Instagram

Guilherme Machado

Do UOL, em São Paulo

13/03/2018 14h11

"A noite vai ter lua cheia. Tudo pode acontecer. A noite vai ter lua cheia. Quem eu amo vem me ver”. Com esses versos, na voz de Pepeu Gomes, se consagrou uma das aberturas de novelas mais famosas das últimas décadas.

No remake de “Mulheres de Areia” (1993), de Ivani Ribeiro, que completa 25 anos neste ano, a canção “Sexy Yemanjá” embalou as imagens que davam início aos capítulos que contavam a saga das gêmeas Ruth e Raquel (Gloria Pires). Nelas, uma moça de olhar misterioso dançava nua em meio às areias e às águas, evocando beleza e sensualidade.

A moça em questão era Mônica Carvalho, então estreante na televisão, mas já familiar com o mundo das modelos. “Estava predestinado para mim. Foi uma novela que fez muito sucesso. Uma abertura que é considerada uma das bonitas e uma música que é lembrada até hoje. Quando as pessoas lembram da abertura, cantam a música para mim. Foi uma novela que marcou, eu sabia que a partir daquele momento as coisas iriam mudar para mim”, relembra Mônica ao UOL, que fala com muito carinho de seu primeiro trabalho na Globo.



Ela, que conseguiu o trabalho no último segundo, chegou a gravar nua para a abertura, mas garantiu que isso não foi algo que a deixou incomodada. “Não fiquei incomodada porque eu sabia que o trabalho teria um nu, porque o Hans [Donner, criador da abertura] trabalhava muito com o corpo. Eu lembro que as primeiras cenas, que eu estou com os seios nus, a gente colocou um tapa-sexo, quem não era necessário estar dentro do estúdio não ficava. Me senti muito protegida”.

A atriz também fala sobre a fama repentina que a abertura lhe trouxe: “Uma das primeiras matérias que eu fiz foi para o ‘Fantástico’, porque todo mundo queria saber quem era a menina da abertura. Era muito bacana. Acho que soube aproveitar muito bem esse momento, eu dei muitas entrevistas, fui capa de muitas revistas, foi nessa época que eu fui na oficina da Globo [de atores]”.

Depois de estrelar a abertura de “Mulheres de Areia”, Mônica engatou uma carreira de atriz, que sempre foi seu sonho, participando de produções como “História de Amor” (1995), “A Indomada” (1997), “Corpo Dourado” (1998), em uma de suas passagens mais marcantes na televisão, como Clara, uma jovem muda, “Porto dos Milagres” (2001), “Chocolate com Pimenta” (2003), “Cidadão Brasileiro” (2006), “Caminhos do Coração” (2007), “Fina Estampa” (2011).

Após seu último trabalho, Mônica tirou um período de sete anos longe dos folhetins, no qual se dedicou a outros projetos e a cuidar de sua filha, Valentina, que está com dois anos – ela também é mãe de Yaclara, 13.

Mas, depois de uma participação especial em “Tempo de Amar” (2017), ela já está pronta para voltar aos holofotes, e já com um rumo traçado: ela acaba de assinar com a Paris Filmes, que produzirá um filme baseado no roteiro da peça “Amor, Humor, o Resto é Bobagem”, escrita por ela própria. Ainda não há muitos detalhes definidos, só que Mônica estrelará a produção e que atuará também como produtora.

“Amor próprio”

Mônica Carvalho esbanja uma ótima forma aos 46 anos - Divulgação - Divulgação
Mônica Carvalho esbanja uma ótima forma aos 46 anos
Imagem: Divulgação
Aos 46 anos, Mônica esbanja muita beleza e uma ótima forma em suas redes sociais. Ela diz que sempre buscou cuidar de seu corpo, algo que aprendeu muito com o pai, que foi campeão de fisiculturismo. Entretanto, ela frisa que apesar de ser fã de atividades físicas e de uma boa alimentação, não se priva de nada.

“Acho que cuidado é amor próprio. Eu me amo, eu quero me ver bem, não é para os outros, é para mim. Se eu engordei, eu emagreço, mas eu não tenho neuras, eu como, eu tomo meu vinho, como minha pizza. No dia seguinte treino bonitinho. Faço tudo com equilíbrio”.

Ela também diz que sentiu que ser uma mulher bonita aumentou as cobranças que teve como atriz. “Ser uma mulher bonita nunca me incomodou, porque foi a beleza que me abriu portas. Sei da minha capacidade, nunca me senti insegura, de falar: ‘só estou trabalhando porque me acham bonita’, pelo contrário. Eu sempre tive certeza que eu era boa. Eu acho sim que às vezes a beleza chega na frente do seu trabalho, as pessoas te olham e querem mais de você, então a gente tem que provar um pouco mais. Mas aí tudo bem, a gente vai e prova também [Risos]”.