Claudia Abreu, Drica Moraes e outros artistas vão a ato por Marielle no Rio
Vários protestos por conta do assassinato da vereadora Marielle Franco e de seu motorista Anderson Gomes marcam a tarde desta quinta-feira (15). No Rio, uma manifestação de artistas aconteceu nas escadarias do Theatro Municipal, ao mesmo momento em que uma vigília ocorria na Cinelândia, onde também fica a Câmara dos Vereadores, local do velório dela e de Anderson.
O clima era de luto, com muito choro, pessoas vestidas de preto e indignação geral. Em seguida, o grupo seguiu em caminhada até a Alerj (Assembleia Legislativa do Rio) onde um ato organizado pelo Facebook está marcado. Quase 90 mil pessoas confirmaram presença pela rede social.
O ator Emílio de Mello, que interpreta Henrique em "O Outro Lado do Paraíso", esteve no ato. “No momento em que a cidade está sob intervenção federal, a gente tem uma morte trágica, brutal, uma barbárie isso. Uma pessoa que está militando pelo povo da periferia. Todos tinham que vir para rua hoje, artistas, bancários, médicos, engenheiros, desempregados. Exigir o mínimo de civilidade do nosso país, da nossa cidade. Exigir isso do presidente, dos ministros, dos nossos governantes. É um ato pela dignidade, pela humanidade, que está faltando muito no nosso país."
A atriz Mariana Lima resumiu seu sentimento: "Profunda tristeza, perplexidade. É a gota d'água. O Brasil inteiro devia se mobilizar, fazer vigílias. É uma realidade insuportável. Vivemos uma ditadura pior que a de 64, é a ditadura institucionalizada, qual Justiça. Só nos resta a mobilização".
"É um absurdo. Indignação total. Foi o povo que escolheu ela como representante dos nossos anseios e necessidades. Conclamo ao povo vir para rua, como estamos aqui, que cobrem a responsabilidade por esse crime hediondo", disse a atriz Drica Moraes.
"Estou aqui como cidadã. Não é mais uma questão de classe, de esquerda ou de direita. Esse lugar de inércia tem que acabar. Porque a gente já está refém. Isso aqui é um ato tristíssimo, a despedida de uma líder, de uma pessoa incrível, correta, forte, que junta todas as questões do momento: negra, mulher, pobre, a quinta vereadora mais votada. Eu votei nela. Ela estava representando muita gente. Não pode achar que é só uma manifestação a favor da democracia. É contra a barbárie. Nós não somos bárbaros", afirmou Julia Lemmertz.
"Precisa investigar e ter Justiça. Uma morte dessa não pode passar impune. Tem que ter investigação de todos os setores e revelar o sistema podre, abrir essa caixa preta que existe no Rio de Janeiro", afirmou Caio Blat, que foi acompanhado de Luisa Arraes, com quem está em cartaz na peça "Grande Sertão Veredas", no Rio.
"Desolação total. A gente já não tem nada. Era uma nossa. Perder uma é perder um milhão. Ter outra Marielle, uma mulher que tem que enfrentar todo o dia racismo, o machismo na política", destacou Luisa Arraes.
"Não dá para ficar em casa. É gravíssimo, um recado muito claro que nos mandaram, não quiseram disfarçar. A gente não pode mais se omitir, ficar em casa. O que aconteceu é muito grave. Parei minha vida hoje", disse Claudia Abreu.
"Estamos todas em choque. Eu a conhecia e é revoltante esse momento que estamos vivendo e essa intervenção militar", disse.
"Vamos transformar o luto em luta", resumiu Sophie Charlotte.
"Estive com a Marielle há três semanas. Estamos muito assustados e com medo. Sei que sou privilegiada, mas nem por isso não posso deixar de me colocar no lugar do outro. É o que falta ao nosso país", observou Alinne Moraes.
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