"Playboy" não será mais vendida nas bancas e terá publicação anual
A "Playboy" deixará de ser vendida nas bancas de jornal. A PBB Editora Ltda, que comprou os direitos de publicação da revista no Brasil há dois anos, confirmou o novo modelo de circulação.
"A PBB Editora Ltda informa que reduzirá a publicação da edição imprensa a um exemplar de colecionador por ano - que será on demand, ou seja, números limitados impressos por encomenda", informou em comunicado enviado à imprensa.
A empresa esclarece que a edição do fim do ano passado, com coelhinhas na capa, foi a última revista impressa ainda no antigo modelo: "Assim sendo, a edição de verão, lançada no final de 2017, põe fim a era da revista na banca e abre espaço para empenharmos nosso trabalho em outras frentes".
O presidente da marca no Brasil, Marcos de Abreu, atribui a nova gestão da "Playboy" à crise que atravessa o mercado:
"A 'Playboy' é uma marca com várias décadas, mas também é uma marca dos tempos atuais. O mercado de revistas impressas atravessa uma crise sem precedentes ao redor do mundo e necessita de uma readequação ao mundo digital junto aos leitores e anunciantes".
A reportagem do UOL apurou que a editora ainda estuda o mês de publicação deste único exemplar anual para colecionadores, que deverá ser em agosto.
A PBB Editora pretende levar aos leitores uma revista mais ampla e que esteja inserida nos novos tempos digitais. Sendo assim, a decisão marca uma ruptura na forma como a "Playboy" era publicada há mais de 40 anos no Brasil.
Os consumidores da "Playboy" encomendarão a revista pelo site, que após ser impressa na gráfica será entregue nas casas dos leitores. A revista já não era publicada mensalmente após ser adquirida pela PBB Editora, que passou a vendê-la em frequência bimestral em seu terceiro mês de circulação.
Novo ciclo e nudez limitada
A "Playboy" do Brasil deu início a um novo ciclo em abril de 2016, quando voltou ao mercado após quatro décadas de publicação pela editora Abril.
O primeiro exemplar desta nova fase teve na capa a atriz Luana Piovani, que aceitou posar nua pela primeira vez. Ela contou o que a fez aceitar o convite:
"Não sou obrigada a botar dedinho na boca e posar de quatro para fazer 'punheteiro' gozar. Sensualidade tem que ser natural".
A revista "Playboy" apresentou um novo conceito editorial em que o nu frontal passou a ficar a critério das musas de capa. No caso de Piovani, ela se despiu totalmente para as fotos - inclusive foram feitos registros de nu frontal da atriz.
Outra mudança foi em relação aos cachês, que deixaram de ser pagos para as mulheres que aceitaram fazer dos ensaios de capa.
Desde que passou a ser publicada pela PBB Editora Ltda, a "Playboy" trouxe nas capas musas como Juju Salimeni, Letícia Datena, Fluvia Lacerda, Renata Longaray -- além de Piovani.
Escândalo com coelhinhas
No ano passado, o ex-publisher e vice-presidente da marca André Sanseverino se viu envolvido em um escândalo ao ser acusado de assédio sexual. O processo ainda corre na Justiça.
Segundo reportagem do "Fantástico", ele e Marcos Aurélio de Abreu teriam prometido oportunidades de trabalho durante um evento em Florianópolis, em agosto de 2016. Eles juraram fama e sucesso em troca de fotos nuas e sexo.
O caso culminou com o afastamento de Sanseverino da "Playboy" no Brasil. Na ocasião, Sanseverino se defendeu: "Não assediei ninguém. Levei um susto quando há uma semana soube da acusação. Não sabia de processo nem fui intimado para depor em delegacia nenhuma. A imprensa que me informou do caso na véspera do feriado de Tiradentes e perdi o chão. O estrago na minha imagem está sendo gigantesco desde que tudo isso veio à tona, mas vou buscar justiça".
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