Diego Hypólito conta que humilhações na ginástica o deixaram com bloqueios
Fátima Bernardes debateu o combate à violência sexual contra crianças e adolescentes no "Encontro" desta segunda-feira (7). Diego Hypólito, um dos convidados, falou que os constrangimentos sofridos, dos 9 aos 12, na base da ginástica olímpica, o trouxeram traumas que ele tenta superar até hoje, aos 31 anos.
"Quando tive coragem de contar, foi muito difícil, passei muito mal, depois que contei, não consegui treinar porque fiquei com vergonha de olhar para as pessoas. Tenho 31 anos e isso mexe muito comigo. Não imaginava que isso era correto, óbvio. Amava muito o que fazia desde criança, a ginástica. Como teria coragem de expor isso para os meus pais? Era um bullying que acontecia geralmente em competições, algumas vezes nos treinamentos. Isso para mim era uma coisa que me consumia", contou.
O ginasta disse que até hoje faz tratamento para superar os traumas que constrangimentos sofridos o causaram. "Fiquei com bloqueio em elevador, avião por ser fechado. Não conseguia mais entrar em shopping, comecei a fazer tratamento com psiquiatra. Não tinha coragem de vir em programa de auditório porque não tem uma janela. Acho que o mundo tem que cada vez mais a gente fazer a diferença... A questão de eu ter esses bloqueios, tenho total consciência que é por causa do meu passado".
Em entrevista ao "Jornal Nacional", Diego contou os abusos eram praticados por atletas mais velhos, mas com a ciência e a conivência de treinadores.
A entrevista de Diego ao "Jornal Nacional" foi divulgada um dia depois das denúncias de abuso sexual veiculadas pela própria emissora contra Fernando de Carvalho Lopes, treinador da seleção brasileira masculina de ginástica entre 2014 e 2016 feita por vários atletas e ex-atletas.
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