Aos 53, ex-chacrete se torna musa fitness e lembra de assédio de diretor
Sucesso nos anos 1980, a ex chacrete Regina Polivalente largou os holofotes para estudar e dedicar-se a uma vida mais saudável. Formada em Educação Física, ela chegou a ser atleta de corrida do Clube de Regatas Flamengo e hoje, aos 53 anos, chama atenção pelo corpo sarado, mas diz que sonha em voltar à TV.
“Meus amigos sempre perguntam por que eu não volto à mídia, já que me pareço tão jovem e bonita. Não penso em voltar a ser dançarina, mas não descarto a carreira de atriz. Eu não perco oportunidades e não fujo de trabalho. Inclusive, quando o Chacrinha faleceu, eu estava fazendo curso de atores com Atílio Ricco, mas não pude continuar”, conta ela ao UOL.
Polivalente dançou no “Cassino do Chacrinha" de 1985 a 1988 – ano da morte do apresentador. Ela se dividia entre os palcos e o trabalho como subgerente de loja em um shopping. Depois de deixar o programa, a ex-chacrete trabalhou como professora na academia do ator Rômulo Arantes, que morreu em 2000 vítima de acidente aéreo. E não parou mais de treinar.
“Tudo ligado a está área me fascina. Treino de segunda a sexta musculação, e quando estou livre nos finais de semana, adoro correr na praia, me alimento bem”. Toda a rotina é devidamente compartilhada com os seguidores nas redes sociais, que não cansam de elogiar sua boa forma.
Polivalente - que, como as demais colegas, recebeu o codinome do Velho Guerreiro - não chegou a trabalhar com Rita Cadilac, mas afirma que as duas se dão muito bem. “Somos de fases diferentes, eu a conheci após o falecimento do Chacrinha e nos aproximamos no Carnaval deste ano quando desfilamos juntas na Grande Rio [que homenageou o apresentador pelo seu centenário] ”, conta ela, que diz guardar boas lembranças da época de chacrete.
“A alegria que tínhamos, de estar fazendo algo que era um sonho para muitas meninas da nossa geração. Vivíamos em um Carnaval o ano inteiro com as loucuras sábias de um apresentador irreverente que a cada programa era uma surpresa”, recorda-se.
Preconceito e assédio sexual
Junto com a fama, Regina Polivalente também teve que lidar com o preconceito, propostas indecentes e assédio sexual na época em que dançava com o maior comunicador do Brasil. Ela se lembra de quando foi boicotada na TV por não ceder às investidas de um diretor de vídeo da atração.
“Eu estava um belo dia no ponto de ônibus, indo embora, e ele me ofereceu carona, aceitei porque ria passar por onde eu morava. Durante o percurso, ele quis sair comigo e eu não aceitei. Foi quando ele me ameaçou: ‘A partir de agora não vou botar imagem sua no ar'. Eu respondi: 'Sem problemas eu não recebo pela quantidade de aparições e sim por dançar'. E ele cumpriu o que disse e eu quase não aparecia”, lamenta a ex-chacrete, que contou o ocorrido para o diretor geral do programa, Leleco Barbosa, filho do Chacrinha.
“Um dia ele me perguntou por que eu só aparecia distraída e eu contei do assédio. Não sei o que houve, mas um tempo depois o diretor foi demitido”, conta ela, que diz se incomodar até hoje com os boatos de que as ex-cachetes também eram garotas de programas, o que sempre negou.
Mesmo na época do programa, Polivalente conta que sempre soube lidar com firmeza com as propostas indecentes. “Tenho uma personalidade forte e respondia diretamente que não. [Havia propostas] De vários tipos. Mas o tipo não importa, o que importa é como lidar com isso e eu não aceito. Nunca dei importância ao que acham ou pensam de mim. O mais importante é o que minha família acha, e eles sempre me apoiaram”, conta.
Solteira e moradora do Morro do Vidigal, na zona sul do Rio, a ex-chacrete afirma que recebe muitas cantadas. “Não estou morta”, diz, aos risos.
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