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Mulher de Silvio, Íris Abravanel diz que sofre preconceito por fazer novela

Iris Abravanel abraça Larissa Manoela no lançamento da próxima novela do SBT, "As Aventuras de Poliana" - Manuela Scarpa/Brazil News
Iris Abravanel abraça Larissa Manoela no lançamento da próxima novela do SBT, "As Aventuras de Poliana" Imagem: Manuela Scarpa/Brazil News

Guilherme Machado

Do UOL, em São Paulo

08/05/2018 18h02

Íris Abravanel se prepara para colocar mais uma novela em seu currículo. Depois de assinar diversos remakes de tramas mexicanas para o SBT, a autora seu sétimo folhetim, "As Aventuras de Poliana", baseado nos livros “Pollyana” e “Pollyana Moça” --clássico infanto-juvenil que narra as desventuras de uma menina que fica órfã aos 11 anos e passa a ser criada por uma tia severa que não conhecia. 

Animada com o novo projeto, a esposa de Silvio Santos declarou que já sentiu preconceito por escrever novelas.  “Eu sofro preconceito. ‘Por que eu estou escrevendo?’ ‘Será que eu preciso trabalhar?’ Muita gente questiona isso. Será que ela não está tirando o lugar de alguém que realmente precisa? Eu preciso", disse ela durante o evento de lançamento da novela, nesta terça (8), nos estúdios do SBT, em São Paulo

Sem citar a família ou Silvio, a autora defendeu a equipe responsável pela dramaturgia do SBT. "Nós somos geradores de emprego, temos responsabilidade social. Cada um de nós aqui está gerando emprego. Eu tenho uma responsabilidade social, sim. Fico feliz com cada novela, quero saber quantos empregos geramos. Me sinto responsável."

Jogo do contente e racismo

Questionada se a história abordará temas contemporâneos, como bullying e racismo, a escritora defendeu com vigor o “jogo do contente", uma expressão do romance que deu origem à novela e que trata do exercício de extrair algo de positivo das adversidades.

“A maneira de a gente pensar tudo, racismo, preconceito, bullying, está aqui [aponta para a cabeça]. Não está na nossa cor, no que nós somos, se somos ricos, pobres, está na maneira de pensarmos. Se eu preciso trabalhar? Preciso sim! Tenho uma responsabilidade com cada um, com cada próximo. Somos responsáveis pelo próximo. Esse preconceito é muito pequeno perto do que cada um de nós podemos fazer. Esse é o jogo do contente. Vamos mudar essa cabeça, crescer juntos”, disse Iris, que definiu o romance como um dos seus livros de cabeceira.

A autora também disse ser difícil encontrar atores negros para atuar, ao ser perguntada sobre a questão da representatividade nas novelas --"As Aventuras de Poliana" terá uma família negra. Nesta semana, a Globo divulgou nota prometendo "evoluir" sobre a questão, após o elenco ter questionado a falta de negros na próxima trama das nove, "Segundo Sol".

 “Acho que a comunidade afro precisa superar algumas coisas e ir para frente, porque quando nós procuramos atores, não é fácil encontrar ator afro. Nós temos dificuldade de encontrar. Eu acho que eles precisam eles mesmos superarem algumas dificuldades e ir para frente, conquistar. Eu fico tão feliz quando eu vejo alguém que consegue ser um advogado, um médico, um ator. Às vezes quando pedimos, não tem muitos não. Então aquilo que nós conseguimos, nós aproveitamos”, disse.