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Protagonista, Giovanna Antonelli defende "Segundo Sol" em meio a polêmicas

Giovanna Antonelli é Luzia, que terá a chance do recomeço em "Segundo Sol" - TV Globo
Giovanna Antonelli é Luzia, que terá a chance do recomeço em "Segundo Sol" Imagem: TV Globo

Carolina Farias

do UOL, no Rio

14/05/2018 04h00

A personificação de "Segundo Sol", que estreia nesta segunda-feira (14), é Luzia, personagem de Giovanna Antonelli que terá a segunda chance de reconstruir sua vida. Escrita por João Emanuel Carneiro, a novela trata desse "tente outra vez" dela e de outros personagens. Envolta em repercussões sobre o elenco majoritariamente branco, a trama, que se passa na Bahia, já chega ao ar com o desafio de convencer quem concordou com as críticas à escalação a acompanhar a história. Como protagonista, caberá principalmente a Giovanna a missão de convencer o público a assistir à nova novela das 21h.

"O que mais eu quero é que as pessoas se apaixonem pela novela assim como nós estamos amando a história, pelos seus resgates, reconstruções. Estamos vivendo em um momento do mundo em que é muito legal ter essa mensagem de amor. A vida seria muito chata sem uma segunda chance. Já tive milhões de novas chances, aproveito sempre, cada aprendizado, cada erro", disse a atriz na festa de lançamento da trama na semana passada, no Rio.

"Segundo Sol" começa em 1999, quando o cantor de axé Beto Falcão (Emílio Dantas) está em decadência. Ele é dado como morto em um acidente aéreo e sua morte vira o jogo na carreira musical. Pressionado pelo empresário e irmão Remy (Vladimir Brichta) e sua namorada Karola (Deborah Secco), o músico decide lucrar com a tragédia e se esconde numa ilha onde se apaixona por Luzia, que é uma mulher simples que trabalha como catadora de mariscos.

Uma série de armações de Karola e sua mentora Laureta (Adriana Esteves) para separar Luzia de Beto - que nesta fase já assume a identidade de Miguel - acaba tirando a personagem de cena por 18 anos. Após nove capítulos, a trama avança esse período e traz Luzia de volta, mas dessa vez, ela também assume outra identidade, a sofisticada Ariella.

"Ela volta pelos filhos em um momento que sente coragem suficiente para encarar de novo e recomeçar e volta sem saber do que vai acontecer, com o coração aberto para reconquistar a família", contou Giovanna sobre a personagem, que acaba se separando dos filhos Ícaro (Thales Miranda/Chay Suede) e Manuela (Rafaela Brasil/Luísa Arraes) na primeira fase.

Ariella "nasceu" na Islândia, onde a personagem passa 18 anos e se torna uma famosa DJ. O estilo brejeiro de Luzia dá lugar à sofisticação e modernidade. Uma parte importante da construção das personagens de Giovanna, que sempre figura no topo do ranking da Central de Atendimento da Globo, que recebe os elogios e pedidos dos telespectadores sobre os figurinos e acessórios usados em cena. Com Ariella não deve ser diferente.

"O figurino é muito importante porque traz um conceito. Dependendo da roupa se senta de um jeito diferente, pelo salto, posso andar de um jeito diferente. Começo a juntar o texto com o que a figurinista traz, a caracterização, o cabelo, vou saboreando tudo com o texto. Dou meus palpites", contou Giovanna.

"Histórias sem raça"

A atriz tem experiência e carisma suficiente para atrair os telespectadores. Mesmo em tramas que não foram tão bem de audiência, como "Em Família" (2014) e "Salve Jorge" (2012/2013), seus personagens se destacaram e tiveram papéis decisivos no desfecho. Por outro lado, Giovanna também já se viu na berlinda das críticas sobre representatividade quando protagonizou "Sol Nascente" (2016), novela em que atores não-orientais fizeram o papel de japoneses. 

Questionada, Giovanna minimizou a polêmica na festa de lançamento de "Segundo Sol". "Acho que estamos aqui para contar uma história, independente de qualquer cor, raça. Acho que qualquer história, quando se começa a contar, não está determinando se [o personagem] tem cor, se é japonês. Nas histórias que conto aos meus filhos, [os personagens] não tem raça", disse. 

Na sexta-feira (11), o Ministério Público do Trabalho enviou uma notificação à Globo pedindo adaptações em "Segundo Sol" para que a história tenha mais atores negros. No documento, orgão fez 14 recomendações para haver maior representação racial na produção e também em todos os produtos da casa. Em nota, a emissora reafirmou que "respeita a diversidade e repudia qualquer tipo de preconceito e discriminação, inclusive racial".