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"Bonnie e Clyde brasileiro", diz Boliveira sobre dupla com Adriana Esteves

Casal que promete causar será formado por Roberval (Fabrício Boliveira) e Laureta (Adriana Esteves) - João Cotta/Globo
Casal que promete causar será formado por Roberval (Fabrício Boliveira) e Laureta (Adriana Esteves) Imagem: João Cotta/Globo

Carolina Farias

do UOL, no Rio

21/05/2018 04h00

"Vou ser sua professora da vida e você o meu melhor aluno". É com essa frase que a vilã Laureta (Adriana Esteves) selará sua parceria com Roberval (Fabrício Boliveira) em "Segundo Sol". A dupla mostra química e promete ser um dos destaques da segunda fase da nova trama das 21h da Globo, a partir desta quinta (24).

"Essa dupla é quente, um Bonnie e Clyde brasileiro", diz Boliveira em referência ao clássico de 1967 que conta história real de um casal de criminosos. "Eles se atraem bastante, são muito ligados no que querem individualmente. Eles têm atritos, mas muita afinidade também".

As maldades que o casal vai aprontar, o ator não entrega, mas afirma que seu personagem é como todos os outros na trama de João Emanuel Carneiro: tem um caráter dúbio.

Para ele, o motorista mostra uma contradição bem brasileira: o filho da empregada que é criado "como se fosse da família" descobrirá que poderia sim pertencer àquela família, já que é filho de Severo (Odilon Wagner), que teve um caso com sua mãe.

"Ele descobre que foi enganado esse tempo inteiro e vai atrás de sua historia, de se reerguer. A relação com o irmão [Edgar, vivido por Caco Ciocler] é conturbada desde a infância. Imagina ser criado dentro de uma casa em que cresceu como empregado, estudar na mesma escola que o filho do patrão, só que quando chegam da escola um vai para quarto dos fundos e outro não? Tem um pouco dessas contradições brasileiras", explicou.

Apesar de se envolver com a vilã-mor da trama, Boliveira garante que o motorista não tem o perfil clássico do vilão.

"Ele tem um caráter duvidoso como o de todos os personagens do João nessa novela. Ele já parte do não-maniqueísmo a partir daí refletimos nossas limitações. É uma novela de menos julgamento, de menos bem ou mal e de mais reflexão".

Trabalhar com Adriana Esteves, que conquistou público e crítica com a maldosa Carminha de "Avenida Brasil" (2012), é sinônimo de surpresas diárias, segundo o ator.
"Adriana traz leveza para as cenas e um aspecto de liberdade no fazer que é muito interessante. Eu e ela já começamos o dia dizendo: 'Vamos nos liberar', 'Vamos fazer o que a gente está a fim'. Fazemos dentro das marcas, mas muito livres para improvisos, com o que vai acontecendo no instante", disse o ator durante a festa de lançamento da trama, no Rio.
Boliveira, que estreou na Globo em 2005 numa participação na série "Cidade dos Homens", também comemora pela primeira vez fazer um papel na televisão com seu sotaque, já que é natural de Salvador.

"Estou adorando poder falar no meu sotaque, do meu jeito. Tem dez anos que vim de Salvador para o Rio e tive que me adaptar. Fiz muitos personagens cariocas, paulistas e de outros lugares. É um grande prazer falar para as pessoas de onde sou, onde me formei e depois de tanto tempo contar uma história que fala dessa cidade", orgulha-se.