Sem citar desastre ecológico, Mariana será cenário de nova novela das 18h

A Globo já prepara a próxima novela das 18h, "Espelho da Vida", escrita por Elizabeth Jhin, prevista para setembro.

As gravações da novela ocorrem desde meados de junho em cidades mineiras como Ouro Preto, Carrancas, Tiradentes e, principalmente, em Mariana, cidade que ainda se recupera dos rastros da tragédia com o rompimento da barragem da Samarco, ocorrido em 2015, e que deixou 19 mortos, centenas de desabrigados e poluiu o Rio Doce.

A trama narra a história de Cris Valência (Vitória Strada), uma atriz que chega à cidade fictícia de Rosa Branca acompanhada de seu namorado, Alain Dutra (João Vicente de Castro), um diretor de novelas que tenta se lançar no cinema com um projeto ousado: o filme sobre Júlia Castelo, uma jovem que foi assassinada em 1930 em um casarão localizado na cidade.

A direção decidiu não construir uma cidade cenográfica nos Estúdios Globo, no  Rio, sob a justificativa de ter encontrado, em Mariana, o cenário ideal exigido pela autora: uma praça, casarões históricos em volta e um chafariz no meio.

"Ter os atores rodando pela cidade verdadeira, pra mim, também era importante", explicou o diretor artístico Pedro Vasconcelos ao UOL, por telefone. "Terminaremos as gravações externas neste fim de semana e voltaremos pelo menos uma vez a cada mês", acrescenta.

Julia Lemmertz, Ângelo Antônio, Vera Fischer, Felipe Camargo e Ana Lucia Torre estão no elenco, relativamente enxuto: são cerca de 45 atores. "Os atores dobram de personagens, fazendo o presente e o passado", explicou.

Tragédia não será citada

Ao UOL, Pedro Vasconcelos esclareceu que a tragédia ecológica ocorrida em Mariana não será citada na história de "Espelho da Vida".

"Em nenhum momento [a tragédia contribuiu para levar a história para Mariana]. Não é a nossa função quanto artistas fazer a denúncia através de uma obra de dramaturgia, neste caso. A dramaturgia  vai fazer uma outra coisa: trazer uma história de ficção, mostrar ao Brasil como Mariana está bonita", avalia.

"Certamente a novela vai gerar elementos positivos para a cidade. E ficamos felizes em poder ajudar ou, pelo menos, reverter a imagem de que Mariana está afogada na lama", conclui.