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Ex-"CQC" estreia no "Vídeo Show" e diz já ter desculpa para posts polêmicos

Maurício Meirelles é o novo repórter do "Vídeo Show" - Divulgação
Maurício Meirelles é o novo repórter do "Vídeo Show" Imagem: Divulgação

Gisele Alquas

Do UOL, em São Paulo

09/08/2018 04h00

Novo repórter do "Vídeo Show," Maurício Meirelles tem um desafio grande pela frente. O programa, comandado atualmente por Sophia Abrahão, Vivian Amorim, Fernanda Keula e Ana Clara, tenta recuperar a audiência e caberá ao humorista, junto com Márvio Lúcio, o Carioca, atrair o público jovem.

Com contrato recém-assinado, o ex-"CQC" evita falar sobre o novo emprego, mas diz estar empolgado. "É um programa conceituado já faz muito tempo, envolve todo o elenco da Globo. Material para produzir bons conteúdos não falta. Fora que eles oferecem vale-refeição e boas cestas de Natal. Isso é sempre tentador”, brinca ele em entrevista ao UOL.

Quando Rafael Cortez, colega de Meirelles no “CQC”, foi para a Globo comandar um quadro no “BBB”, no ano passado, internautas resgataram tuítes antigos dele falando mal do reality. Meirelles diz que não se lembra se já escreveu algo sobre o “Vídeo Show”, mas afirma já ter até um pedido formal de desculpas caso apareçam declarações polêmicas.

“Não me lembro se já tuitei sobre o 'Vídeo Show,' mas se fiz tem um vídeo pronto no meu canal do YouTube com um pedido de desculpas oficial caso a repercussão seja negativa”, brinca. Ele confessa que não tem assistido ao programa, mas com uma boa justificativa: o humorista é pai de Gabriel, de sete meses, e dedica-se no tempo livre ao filho.

“Atualmente tenho assistido ao meu filho tentando encaixar a bolinha no brinquedo correto. Tenho uma agenda muito complexa: viajo com stand up, apresento programa na ‘Jovem Pan’, desenvolvo e vendo formatos. Quando sobra tempo, o foco é o Gabriel”.

Meirelles conquistou a cúpula da Globo graças ao bom desempenho ao lado de Felipe Andreoli no comando do "Zona Mista", no SporTV, durante a Copa do Mundo. O humor e a irreverência dos apresentadores somados aos convidados interessantes foram os principais ingredientes do programa.

"Dividi a bancada com o William Bonner, Glória Maria, Fátima Bernardes e tantas outras estrelas da Globo, foi incrível. O Felipe Andreolli é um grande amigo, talentoso, e trabalhar ao lado dele durante o Mundial da Rússia foi demais”, orgulha-se ele, que também já tinha trabalhado com Andreoli no “CQC”, que chegou ao fim em 2015.

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Maurício Meirelles e Felipe Andreoli receberam Luciano Huck no "Zona Mista"
Imagem: Divulgação/SportTV

Patrulha e linchamento

Maurício Meirelles acredita que fazer humor não é mais limitado na era das redes sociais, mas afirma que a "patrulha" em busca de polêmica aumentou. “A mesma rede social que dá visibilidade abre espaço para grandes linchamentos. Não me preocupo muito com isso porque o meu perfil nunca foi de criar polêmicas, pelo contrário, meu objetivo sempre foi divertir e entreter as pessoas".

Mesmo assim, o humorista diz não evitar temas considerados espinhosos, mas abordá-los de outra maneira. 

“Hoje qualquer piada pode atingir alguém. Se eu fizer uma piada falando sobre o trabalho escravo das formigas vai aparecer alguém para criticar. Isso é natural hoje em dia. No meu show ["Levando Caos"], por exemplo, eu abordo alguns temas polêmicos como política, feminismo, homofobia, racismo e tantos outros. Mas a ideia é fazer as pessoas refletirem sobre esses assuntos de uma forma divertida”, explica.

Maurício Meirelles integrou a equipe do "CQC" - Reprodução/Band - Reprodução/Band
Maurício Meirelles integrou a equipe do "CQC"
Imagem: Reprodução/Band

Meirelles não se furtou de opinar mesmo sobre a polêmica mais recente, envolvendo um tuíte do youtuber Júlio Cocielo sobre o craque francês Kyllian Mbappé considerado racista. O humorista foi um dos poucos que tentou amenizar a punição das redes a Cocielo, que perdeu contratos publicitários.

“Não defendi ninguém. Só achei desproporcional o linchamento de outras pessoas que também já cometeram erros parecidos. Se alguém quiser descontextualizar tuíte meu para gerar polêmica, tá cheio de material lá no meu perfil. Ou no de qualquer pessoa”, afirma Meirelles, que vê uma tentativa de atrair “cliques” dos veículos de comunicação alimentando polêmicas.

“Meu trabalho é fazer piadas. E como todo trabalho, tem dias que acertamos e dias que erramos. O problema de hoje é que para gerar cliques o caminho da polêmica é o mais curto. Então algumas vezes o jornalista pega uma piada que dez pessoas reclamaram, coloca como ‘piada divide a internet’ e joga isso para dar aval a sua crítica pessoal. Mas OK, faz parte do jogo e temos que saber lidar com isso”.

Questionado se já pensou em desistir de fazer humor, ele afirma que sempre que faz uma piada que “não funciona muito”, pensa por “dois segundos”. “Mas aí lembro que o Nan [leite em pó] está caro e me esforço a escrever piadas melhores”.

Treta com Marcos Mion

Maurício Meirelles começou na TV em 2010 como redator do programa “Legendários”, comandado por Marcos Mion na Record, que foi extinto no ano passado. Um ano depois, foi convidado para ser repórter do “CQC”. Desde então, os dois não se falaram mais e o humorista acredita que Mion ficou chateado por causa de uma brincadeira que os colegas do programa fizeram. 

“Eu sou muito grato ao Mion. Ele é um grande cara e um apresentador que me ajudou bastante. Quando eu estava no 'Legendários', tinha uma treta com o ‘CQC’ e quando eu saí, [a equipe do Legendários] fez uma festa surpresa com um bolo zoando o programa. O Mion achou que eu estivesse envolvido, mas não fui eu e acho que já está tudo esclarecido. Um dia ele vai responder minhas mensagens no Whatsapp”, brinca.