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Astro teen do SBT tenta Globo por nove anos e estreia em "O Tempo Não Para"

Marciana (Cyria Coentro) e Lucas (Fhelipe Gomes) em "O Tempo Não Para", novela das sete da Globo - Reprodução/TV Globo
Marciana (Cyria Coentro) e Lucas (Fhelipe Gomes) em "O Tempo Não Para", novela das sete da Globo Imagem: Reprodução/TV Globo

Paulo Pacheco

Do UOL, em São Paulo

15/08/2018 04h00

A uma semana de completar 17 anos, Fhelipe Gomes ganhou seu maior presente há poucos dias, quando estreou em "O Tempo Não Para", novela das sete da Globo. O ator perseguiu uma chance na emissora durante nove anos --quase entrou em "Avenida Brasil" (2012)-- e só agora pode dizer que é global.

"Na Globo, hein? Graças a Deus! Um sonho que está se realizando", comemora Fhelipe Gomes ao UOL. "A Globo é muito grande, sempre tive vontade de andar naquele carrinho de golfe em que os artistas gravam vídeos", brinca. O ator curitibano mirou a emissora desde os oito anos, quando estreou na TV na série "Casos e Causos", da RPC, afiliada da Globo no Paraná. A distância para o Rio de Janeiro, porém, atrapalhou seu sonho.

"Desde pequeno, sempre fazia teste na Globo. Várias vezes bati na trave. Uma vez, pagaram avião, carro, tudo, para eu fazer teste para 'Avenida Brasil'. Cheguei entre os finalistas para ser o Batata e gravei com a Mel Maia. Mas eu morava em Curitiba e, para eles, era fora de série. Juiz nunca autorizaria um menino de oito anos fazer novela por causa da escola", relembra.

"Cúmplices" e fama

Fhelipe Gomes e Larissa Manoela em "Cúmplices de um Resgate", novela do SBT - Reprodução/SBT - Reprodução/SBT
Fhelipe Gomes e Larissa Manoela em "Cúmplices de um Resgate", novela do SBT
Imagem: Reprodução/SBT
Fhelipe não desistiu e quase entrou em "Malhação", mas foi impedido pela Justiça. Na mesma época, foi chamado para tentar um papel em "Cúmplices de um Resgate" (2015) no SBT. Conseguiu dar vida a Téo, um garoto deficiente visual, que transformou o ator em astro teen. Ele reconhece que o personagem impulsionou sua carreira, mas confessa que por pouco recusou o teste.

"Não queria fazer porque o SBT no Paraná não era muito forte. Meus avós me levaram de carro e pegaram o pedágio errado, dormi e meu cabelo ficou amassado. Passei no teste e ficamos em São Paulo dois anos e meio. Depois disso, perdemos o medo de mudar de cidade", conta.

Com 1,7 milhão de seguidores, grande parte fãs de "Cúmplices", Fhelipe Gomes mantém contato e divulga "O Tempo Não Para" para quem o conheceu no SBT: "A emissora em São Paulo é muito forte e tem fãs fiéis. Até hoje tenho fã-clubes que me marcam em fotos, tenho o WhatsApp de alguns e aviso para assistirem à nova novela, mas eles já sabem".

Xodó da mãe na Globo

Vera Lúcia (Talita Younan), Marciana (Cyria Coentro) e Lucas (Fhelipe Gomes) em "O Tempo Não Para" - Raquel Cunha/TV Globo - Raquel Cunha/TV Globo
Talita Younan, Cyria Coentro e Fhelipe Gomes em "O Tempo Não Para"
Imagem: Raquel Cunha/TV Globo
Após o fim de "Cúmplices", Fhelipe decidiu retomar com tudo o "projeto Globo" e mudou-se com a família para o Rio. Na nova cidade, conseguiu entrar em "Apocalipse", novela bíblica da Record. Em seguida, foi chamado pelo pesquisador de elenco da Globo, Felipe Aguiar, para um teste em "O Tempo Não Para".

"Falei: 'Esse é o teste da minha vida'. Estudei o texto o dia inteiro, pedia ajuda à minha mãe: 'Veja se a entonação está boa, se não estou muito 'robozinho'", brinca Fhelipe, lembrando o dia em que chamou Cristiano Ronaldo e o filho dele de "Robozão e Robozinho" e virou meme.

Na trama das sete, Fhelipe interpreta Lucas, adolescente nerd e "filhinho da mamãe", Marciana (Cyria Coentro), que se orgulha do caçula enquanto passa raiva com a mais velha, a periguete Vera Lúcia (Talita Younan).

"Minha irmã gosta de baile funk e minha mãe é bem rígida. Como eu sou um menininho bem certo, que quer estudar para ser alguém na vida, tem bolsa de estudos, é o xodó da mãe. Ele não sabe o paradeiro do pai, viveu sozinho com a mãe e quer fazer alguma coisa para orgulhá-la", explica o ator.

Fhelipe usa sua vivência na capital paulistana para improvisar e usar gírias nas falas em "O Tempo Não Para", ambientada na Freguesia do Ó, bairro da zona norte: "Estudei em São Paulo e adolescente só fala gíria. Até hoje eu uso um monte, como 'mano', 'tipo', 'osso'".