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Nanda Costa lembra reação da mãe com descoberta de sua primeira namorada

Lan Lanh e Nanda Costa - Karine Basílio/Marie Claire
Lan Lanh e Nanda Costa Imagem: Karine Basílio/Marie Claire

Do UOL, em São Paulo

17/08/2018 10h32

Nanda Costa, que namora a percussionista Lan  Lanh, falou por que demorou em tornar público o relacionamento de cinco anos. Ela revelou que estava vivendo a relação no último Dia dos Namorados, com a publicação de uma declaração de amor.

"Não acho que eu me escondi, acho que eu me preservei. A gente vive num país extremamente preconceituoso e eu não queria ser rotulada, como sempre buscam rotular. Eu sempre me senti muito livre", disse ela em entrevista à revista "Marie Claire" deste mês. "Minha religião é o amor. Sempre tenho que escutar meu coração. Gosto de pessoas. Acho que o bissexual sofre até mais preconceito do que quem escolhe uma coisa só", afirmou.

Intérprete de Maura, em "Segundo Sol", a atriz comparou a sua história com a da personagem -- que é expulsa de casa pelo pai após ele descobrir que a filha é homossexual.

"Essa é minha primeira personagem gay. Mas ela também não é só isso, ela vai descobrir outras coisas, está vivendo. E eu fui com a minha alma e meu coração, porque a minha história é diferente da dela. Na minha família era com muito amor, mas assim, eles sentiram. Acho que a minha mãe e a minha vó mais ainda por medo do preconceito. E meu avô falou: 'Que bom que você não tá sozinha aí, que tá com uma pessoa que gosta de você'. O que é completamente diferente da minha personagem, que tem um pai homofóbico e machista", afirmou.

À publicação, Nanda ainda lembrou de seu primeiro amor e como enfrentou o período de "fossa".

"Foi aos 16, um homem, com quem transei pela primeira vez. Era louca por ele. Em um fim de semana, iria para a formatura dele, no Rio, ele ligou e disse: ‘Não vem, não’ e acabou. Pensei que fosse morrer [risos]. A Maria Rita tinha acabado de lançar o primeiro disco, e ficava ouvindo no repeat a música ‘Ele não é de nada’", se lembrou.

A atriz ainda disse que procura não se rotular: "Na primeira vez que fiquei com uma mulher, não sabia se era bi, lésbica, nada. Já ela tinha certeza que eu gostava de meninas! Na verdade, até hoje não tenho certeza sobre o que sou, e tudo bem. Não quero me rotular, sou livre para amar", declarou.

"Porque é isso: namorei uma mulher. Aí depois me apaixonei por um cara. E agora? Como lidar com a expectativa alheia? As pessoas acham que sou gay, vão achar que tô de 'fachada'. Começa uma cobrança dos outros, e de mim mesma, para me rotular", completou.

Nanda se lembrou como foi quando contou à família sobre ser gay.

"Quando contei pra família, foi difícil. Sempre é. Eles tinham medo de eu sofrer preconceito. Acabei contando pelo telefone. Tinha sido assaltada, roubaram a carteira, precisava fazer um B.O., ir ao hospital. Era sábado, estava sem o cartão do seguro saúde. Liguei pra minha mãe. E ela: 'Fê, você nunca fica doente. Está sozinha?'. E respondi que não estava. Ela quis saber com quem, e falei: 'Com a Ana'. Perguntou quem era Ana, não quis mentir, disse que era minha namorada. Ela desligou", falou.

"Meus avós quiseram saber o que houve, e ela contou. Minha avó reagiu de forma parecida, mas meu avô disse 'graças a Deus ela está com alguém que a ama. Hoje está tudo ótimo, elas super me apoiam, adoram a Lan", comemorou.

"Tomei coragem e me declarei"

Nanda Costa se recordou que já fazia novelas quando ficou pela primeira vez com uma mulher:

"Acabei me apaixonando por essa garota! Já era atriz de TV, fazendo novela, tinha medo da exposição. Aí nos beijamos, tomei coragem e me declarei. Ela riu e falou: ‘Achei que fosse só um beijinho. Não quero esse cargo de ser sua primeira, não’. Me dispensou!".