Morre aos 65 anos o ator e dublador José Parisi Jr.
Morreu às 14h20 desta segunda-feira (27) o ator, dublador e diretor de dublagem José Parisi Jr. Ele estava internado desde 16 de julho na UTI do Incor (Instituto do Coração), no Hospital das Clínicas, em São Paulo. Parisi trabalhou na versão brasileira de produtos como "Chaves" e "Pokémon". A notícia foi confirmada ao UOL pelo centro médico e pela mulher do ator, Adriana de Barros.
O velório acontecerá nesta terça, às 9h, no cemitério do Araçá, zona oeste de São Paulo. José Parisi Jr. será enterrado às 15h, no mesmo local e onde está sepultado o pai dele, José Parisi.
Um dos nomes mais conhecidos da dublagem paulista, Parisi sofreu um infarto há 40 dias e foi levado ao centro médico. Durante a internação, descobriu um câncer no pulmão em estágio avançado. Há uma semana, a mulher do ator, Adriana de Barros, recebeu a informação de que o estado de saúde do companheiro era irreversível.
Nos últimos dias, Parisi teve sua medicação suspensa e recebia injeções de morfina para suportar a dor. Na última terça, ele fez 65 anos. O ator deixa um filho, Arthur, que nesta terça completará 8 meses.
"O tumor no pulmão ganhou uma proporção muito grande e ele passou por duas pneumonias e um infarto nível 4, fortíssimo. Ele não teria como sobreviver se fizesse uma biópsia. Em seguida, chegou o pessoal do tratamento paliativo. Percebi que eram os últimos momentos", conta a mulher de Parisi.
Enquanto o ator permaneceu internado, Adriana de Barros recebeu ajuda de colegas do companheiro com alimentação, roupas e fraldas para Arthur. A única fonte de renda do casal eram os trabalhos de Parisi em dublagem --ele dublava produções no estúdio Lexx, em São Paulo.
"Recebi muita de ajuda das pessoas, em todos os sentidos: para poder ir ao hospital todos os dias, para pagar pessoas que cuidaram do nosso filho. Pessoas que deram força e que vieram visitá-lo. Só tenho a agradecer", afirma Adriana.
Trajetória
O artista seguiu a carreira do pai, José Parisi (1917-1992), um dos pioneiros da TV brasileira, acompanhando os trabalhos dele na extinta Tupi e na AIC, primeiro grande estúdio de dublagem paulista. Como ator, atuou em novelas como "O Direito de Nascer" (1964), na Tupi, e "Os Imigrantes" (1981), na Band, em que interpretou Youssefinho.
Em 1991, abriu seu próprio estúdio de dublagem, Parisi Vídeo, que recebeu algumas das animações japonesas dos anos 90 e 2000, como "Pokémon", "Shaman King", "InuYasha" e "Yu-Gi-Oh!", em que emprestou sua voz ao vilão Marik Ishtar. Também narrava o crédito da dublagem: "Versão brasileira: Parisi Vídeo, São Paulo".
O estúdio, que fechou em 2005, também dublou edições inéditas do programa "Chespirito", gravadas nos anos 80 e 90 e pela primeira vez exibidas fora do SBT. A série mexicana foi ao ar no canal CNT, que nos anos 90 manteve parceria com a paulistana TV Gazeta. Além de dirigir, Parisi dublou Godinez no humorístico.
A Parisi Vídeo dublou filmes como "Assassinato no Expresso Oriente", "Eu, Robô" e "Esqueceram de Mim 4", e séries como "O Mundo Perdido" e a primeira temporada de "CSI". O dublador também dublou o deus Morpheus em "The Lost Canvas", do universo de "Os Cavaleiros do Zodíaco".
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